Segunda-feira, 19 de Maio de 2014
Olha, estive quatro semanas em casa. Doente.
Já passou.
Hoje foi o primeiro dia de trabalho. Ainda custa mais do que após as férias apenas porque estive, literalmente, sem me mexer durante quase um mês em que não sai de casa sem ser para ir fazer exames e visitar doutor ao Hospital.
Estou muito contente. A mima rotina faz-me bem e a liberdade também.
Nota: estou há 25 dias sem fumar!
Outra nota: bebé vai ao bacio como gente grande. Há oito dias a esta parte, apenas dois deslizes urinários. Valentona! E é, mais ou menos, assim. Com muito entusiasmo à mistura!
daqui
Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2014

Este blog já tem alguns anos e eu ainda não saí da casa dos 30. Assim sendo só mesmo a minha falta de assiduidade a apontar.
O inverno não me inspira. Nem o frio. Para além dos níveis de humidade em casa, passíveis de contribuir para o aumento do pib se me propusesse a plantar cogumelos na despensa (por falar em humidade), estou em crer que a minha inspiração é altamente influenciada pela conjunção frio/chuva. O que resta dela fica no emprego, cada vez mais exigente, cada vez mais pobremente remunerado.
Actualizações:
- cortei o cabelo,
- a minha bébé torna-se rapidamente na minha menina;
- sou especialista em organizar festas de anos temáticas;
- confirmei a minha falta de paciência para temas relacionados com parentalidade positiva que descambam para
a leis universais,
- fui mais ao teatro que ao cinema,
- passei o ano de forma mais caseira, mas muito divertida,
- ando em luta com a psoríase que assola o meu couro cabeludo há meses,
- leio que nem uma louca,
- os meus amigos ou estão a separar-se ou estão a imigrar,
- estou a preparar um fato de carnaval para 96 cm que, espero, se pareça com a minnie,
- cortei o cabelo à criança e devo ter mesmo jeitinho porque, desde então e a seguir ao banho, há birra para que o corte novamente (se fosse na cantiga, tinha uma linda carequinha, novamente,
- tenho um plano de poupança delineado por mim que, mesmo em crise, resulta benzinho,
- passei a levar almoço num termo,
- odeio circo com animais,
- fui ao circo com animais,
- fui ver o espectáculo do cirque du soleil e confirma-se que o circo não precisa de animais irracionais,
- ando cansada, mas contente.
Sábado, 18 de Dezembro de 2010
Só quem procura sabe como há dias
de imensa paz deserta; pelas ruas
a luz perpassa dividida em duas:
a luz que pousa nas paredes frias,
outra que oscila desenhando estrias
nos corpos ascendentes como luas
suspensas, vagas, deslizantes, nuas,
alheias, recortadas e sombrias. Jorge de Sena



Quinta-feira, 2 de Abril de 2009
daqui
Ora tenho andado arredada daqui, pois tenho. Acontece que a vida duma pessoa não é só isto. A vida duma pessoa anda a par e passo com a profissão duma pessoa. Com os lazeres duma pessoa. Com os hobbies duma pessoa. Ou andam todas em simultâneo, já nem sei.
Ora eu tenho andado tão intelectualmente espremidinha que já não sobra nada. A bem dizer poder-se-ia sempre ir dizendo qualquer coisa por aqui, mas eu não sou capaz. Quando não tenho nada para dizer, abstenho-me.
Não me apetece dissertar sobre o estado das coisas, nem dizer que me apetecia estar em Londres a gritar contra o norte e a favor do sul do mundo, não me apetece falar da Primavera, não me apetece partilhar o que ando a ler, nem a vestir, nem o champô novo que comprei e que me deixa o cabelo oleoso cinco horas depois,…
Estou desinspirada (palavra que o inculto corrector do word não reconhece), não confundir com apática.
Por isso e oficialmente, este blog vai começar a ter posts actualíssimos, mas bastante desisnpirados, parvos, fúteis e curtos, telegráficos, assim a fazer lembrar o estilo que eu sempre admirei da Marguerite Duras, uma frase que vale por cem parágrafos, só que sem o escol de conteúdo que era apanágio das frases da senhora.
Treinando:
Ela estava sentada.
Olhava-lhe a nuca pigmentada e contava as manchas acobreadas extensíveis pela superfície insigne. Da cabeça às orelhas, um retalho acolchoado de carne e pele e manchas.
A nuca tornou-se rosto e olhou-a.
O rosto falante não via a mulher.
Falava, mas a voz imitava uma gravação inócua. Centenas de palavras repetidas desde sempre. Era tudo novo, mas o novo era palavra já dita.
Cansada. Ouvia. Palavras enfadas, escolhidas, ordenadas. Frases articuladas duma boca mecânica.
O rosto fora humano. Agora nem a velhice lhe devolvia a proximidade.
A boca falava, mas só a casa pulsava. O rosto estava sozinho numa redoma viva e a mulher estava mais próxima da casa memória do que do rosto falante de palavras dirigidas para lá da casa.
Domingo, 7 de Setembro de 2008
eu seria assim...

só com o cabelito mais desgrenhado...
Se quiserem experimentar, é
aqui!