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Ora bem... um computador, hoje em dia, só serve para nos atazanar a vida. Instala-se, como quem não quer a coisa muito de mansinho na nossa rotina à espera de que seja realmente imprescíndivel para... auto imolar o seu próprio disco rígido.
Pronto, estou sem computador!!! Está no hospital dos computadores, entregue ao sr. Alberto que, como tem muito trabalho em mãos, vai demorar "para lá de 5 dias...".
Aqui estou eu num posto público de internet, com tanto para dizer e sem pc em casa!!! E com o tempo contado! E mais... com o pessoal que aguarda a olhar para mim de esguelha!
Se a situação fosse outra estava capaz de dissertar um pouco na esperançosa e participada manifestação da função pública, mas estou a ser pressionada pelo tempo que tenho para usar este pc.
Só uma ideia no ar:
neste Estado que de Providência já nada tem quer-se que a função pública continue a servir de padrão para o patronato privado saber como pagar e tratar (providencialmente) os seus trabalhadores? Ou então atacam-se hoje, os nada privilegiados, funcionários públicos para cercear os direitos adquiridos de todos os trabalhadores desde públicos a privados? É que a função pública servia de barómetro contra os lobbies empresariais, agora é tudo uma grande empresa privada!!!
É certo que o trabalho já não é o que era! Quem pretender definir a sua identidade através do trabalho é bom que tenha presente que, mais tarde ou mais cedo, vai sofrer uma crise de... identidade. Já não há emprego como antes: um emprego para a vida toda! Daqui a menos de 50 anos, não vai haver trabalho para uma percentagem significativa de recursos humanos no mundo ocidental. Dizem economistas de vários países.
Isso da flexisegurança enquanto instrumento para "qualquer coisa" deveria ser explicado e contextualizado ás pessoas. É que não acredito que alguém consiga perceber o que se passa hoje em termos de política económica sem informação e contextualização de toda a situação.
E por falar nisso, é bom assistir a uma mobilização colectiva em torno de uma reivindicação comum, mesmo que essa seja sintetizada num mal estar geral e no decréscimo da qualidade de vida e dos direitos adquiridos. É que a união dos trabalhadores faz mesmo a força e limita essa acção inqualificável que é exercida pelas empresas privadas (mas não só) e que se concentra numa repressão à manifestação e à greve através de "castigos" omnipresentes do género, o trabalhador que foi à manifestação não faz horas extraordinárias porque não "há", mas já "há" para o que calou e comeu e com medo não diz nada, não vai à manif e foge da greve a 7 pés!