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Ah, pois é! Como dizem @s migrad@s da sua terra de origem, "ah, o Norte é tão lindo!!!". Pois é. Vai daí, fim de semana prolongado que já trabalhei o feriado anterior (o da implantação da Répública) e ruma para cima, pois eu moro mais em baixo, nos arredores de Lisboa.
E não sou migrante, nem os meus pais e nem os meus avós. Sou de cá, pronto. Nunca fui para a terra, já cá estava. Na escola eram os putos todos a ir "para a terra" e eu a perguntar em casa porque raio também não tinha direito a uma. Injustiças. Natal aqui, Páscoa aqui, férias grandes aqui. Nem avós deslocados, nem tios e nem sequer uns primitos.
Até que conheci meu esposo. E não é que toda a sua família tem terra: a mãe tem uma (longinho), o pai tem outra (Portugal insular... uma maravilha), a tia querida ainda tem outra "terra" e então... Bora lá que a "terra" que eu gosto mais é a da tia. E é longe, lá na serra!!! Frio!!! Castanhas a cair das árvores!!! Até uma arvorezinha de azevinho. Coisa mais linda! Nogueiras à berma da estrada, a gente vai a passar e tauu, foi ao lado. Nem se estaciona ali, só nós que somos "emprestados" da "terra". Acontece.
Então estava eu tão descansadinha da vida. Quatro dias a respirar ar puro. Comidinha boa, animais vivos e ao ar livre. Mel, castanhas e caipirinhas (a globalização chega a todo o lado e ainda bem). E pronto, domingo, "bota" mala no carro, traz azevinho, meia dúzia de castanhas, mais o franguito do campo congelado e umas cebolinhas tiradas da trança, beijinho, beijinho, até à próxima e vai de descer a terra a dizer adeus à super tia.
Desce, desce... apanha um IP e metemo-nos na Auto Estrada! Uma AE que liga o Porto a Lisboa, apanhadinha em Coimbra. Pensam aqui os tótós dos plebeus (eu e minha metade) que aquilo paga-se, mas chega-se a casa em hora e meia, duas horitas! O tanas!!! A Brisa que vá concessionar estradas para o Sahara!!! Isto é que é roubar o pessoal.
Passei duas horas na AE entre Santarém e Torres Novas!!!
A 5/10 à hora. Em Aveiras, toma lá mais uma hora! Chegas à portagem de Lisboa e "passa para cá 12 euros e uns cêntimos!". Mas o que é isto?! Andam as finanças atrás de mim, trabalhadora (muito) reciba verde, vai de pagar à segurança social (na esperança... vã... que a minha mãezinha se reforme ainda com alguma coisa e antes dos 80 anos- sim, da maneira que isto vai) e queres andar de carro e gozar da acessibilidade extrema com que tantos governos te presentearam, minha anónima plebeia? Então, volta a pegar no burro e na carroça que chegas mais depressa a Lisboa vinda de Coimbra!
Mas isto é o quê! Um presente para a Brisa! Então, o governo oferece-lhe uma Auto Estrada para esta mirabolante entidade disfrutar e chupar o tutano ao icauto automobilista e vai de iniciar obras de "santa Engrácia" que duram há mais de dois anos. Isso é o quê? Um contrato vitalício com empresas de construção civil, umas atrás de outras? Expliquei-me. É que eu não percebo como é que posso demorar quase cinco horas para chegar a Lisboa vinda de Coimbra, numa AE com troços só de uma faixa e onde a velocidade máxima em metade do trajecto é de 80km/h.
Vou reclamar e por escrito. Certinho.
E depois disto? Depois disto lá se foi o meu estado zen e todo o ar puro da serra. Pois, é que durante esta provação viária fumei muito tabaquinho. Pronto, estúpida. Lá me levaram a gastar um maço mais do que o previsto e a "dar" dinheiro às finanças. Isto, realmente está tudo feito para chular o "mexilhão".