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Viram aquela senhora que hoje se queixava no "Nós por Cá" sobre o facto de lhe terem trocado o B.I. na mesa de voto?
Podia ser eu.
Ia eu toda contente, depois de exercer o meu dever de cidadã, enfiar o boletim dobradinho em quatro na urna e o senhor da mesa devolve-me um B.I. Ora como eles são todos iguais, que as pessoas votantes da minha sala parecem ainda não ter aderido ao cartão único, eu agarro, muito agradecida, trauteando um "ora muito bom resto de dia" e vou-me embora. Não fora eu notar que a minha fotografia (diga-se, não a melhor, que estas fotos tipo passe parecem ser feitas para toda a gente parecer um gremlin) tinha sofrido uma mutação que deveras me assustou, tinha guardado aquilo e vinha para casa. No canto da fotografia, Deus meu, estava um careca. Não uma loira. Não uma morena. Não eu. Um careca.
Levei uns segundos a perceber. Segundos determinantes, diz a senhora que até hoje ficou com o B.I. de uma pessoa com outro nome e outra cara que não consegue contactar.
Em bom tempo me voltei e tentei explicar ao senhor da mesa que aquilo não era meu. Ora, uma pessoa tem de ser paciente; afinal, o pessoal da mesa está ali de bom grado, possuem uma consciência de coisa pública superior à do comum dos mortais, sacrificam o seu domigo, estão numa sala desconfortável, sentados em cadeiras de criança...
Entretanto já havia um António com o meu B.I. na mão, todo careca e todo contente a sair da sala. E eu, falando alto, dizia ansiosa "É aquele, é aquele senhor! Ele entrou quase ao mesmo tempo!" Agora, as pessoas são mesmo desconfiadas. Não é que o homem a quem o meu B.I. foi entregue defendia com unhas e dentes que o que tinha guardado era o seu?! Com má cara lá tirou a carteira das calças (moda inestética e pouco higiénica) e ficou com ar de palerma a olhar para mim, para o meu B.I. e para os senhores da mesa. A custo lá trocámos os ditos. Foi um momento bonito. Modéstia à parte, o António ficava mais bem servido, mesmo assim a minha fotografia era bem melhor.
Depois à saída uma criança berrava desalmadamente mercê de um pacote de pipocas que tinha sido entornado. Ainda ponderei comprar um pijama na senhora cigana que vendia, ao lado das pipocas, roupa a custo moderado, aos votantes que saíam, mas desisti.
Ah, o que eu adoro ir votar!
E depois deste sacrifício todo, toma lá com o Sócrates mais 4 anos que não é nada que já não estivesses à espera!