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Este podia ser um post sobre o filme-doc homónimo que estreou quinta, mas não é.
Podia também ser o início de uma missiva a alguém de seu nome Agosto, mas também não é.
Podia, ainda, ser uma tentativa minha de introduzir alguma musicalidade popular neste blog tão sério com um vídeo youtubiano desse mítico grupo que se chama Diapasão e que tem por vocalista aquele senhor enrugadito com o cabelo descolorado de tanto afogar o couro cabeludo em restaurador Olex, mas também não é.
Prosaicamente, eu gosto mesmo do mês de Agosto.
É um mês perfeito. Senão, vejam lá...
Agosto. Logo assim de rompante e à partida é um nome giro. Destaca-se no calendário. Não tem um "bro" pelo meio nem sequer um "Ju" ao início, é ele próprio, único e sozinho entalado nos outros meses tão sem graça.
Agosto fica tu-lá-tu-cá quase a meio do calendário; é o culminar do verão e a única réstia de esperança de se apanhar um bronzeado decente, principalmente de há uns dois anos para cá quando o tempo que faz no litoral nortenho começou a descer até à Península de Setúbal. E enquanto Agosto dura há esperança. Quando chega Setembro, acabou. Vejam o meu caso que insisti no fim de semana passado em ir para a praia na expectativa de ficar com uma cor saudável. O facto de ter saído de lá tipo croquete, coberta de areia e a reluzir em padrão devido ao meu bronzeador de canela e outra especiaria com um extra em factor de protecção, não importa nada...
Em Agosto está quase toda a gente de férias e não se apanham filas de trânsito, há sempre lugar para estacionar e os meus vizinhos imigrantes do andar de baixo chegam cheios de vontade de conviver e fazem grandes barrelas e limpezas em casa. Por isso, para mim, Agosto é um mês limpinho. Põe-me a casa a cheirar a sonasol verde por obra das almas do andar de baixo.
Durante Agosto e como está quase toda a gente de férias e as instituições a meio gás, os jornais não nos fazem pensar muito e então é só notícias giras sobre gente-gira e fresca no único sítio do país onde faz sol e votações sobre pessoas mais sexys da televisão e da moda e de outras profissões liberais que têm a ver com acumulação de funções, do género da astróloga que é gerente e mais relações públicas e mais comentadora. Assim podemos acomodar-nos, pois a culpa não é nossa, ao declínio intelectual do país e passar as noites a visionar o programa do Herman com as pessoas a cantar o mainstream musical de várias décadas.
Em Agosto também recebo o IRS, o que só por si daria para justificar todo este post.
Vai-se a ver e lá bem no fundo as razões que me levam a gostar de Agosto estão é relacionadas com a minha memória familiar de infância: isso é que eram noites de Agosto. Uma pessoa sentadinha na sala com a mãe, a avó, o primo, o pai, os tios e o avô, mais a maninha e o cão e os canários (que à noite saíam da parede de fora da sala para virem para a parede de dentro) toda a gente a ver esse clássico agosteiro que eram os Jogos Sem Fronteiras!
Agora já não há, mas em compensação este Agosto teve Jogos Olímpicos e a medalha de ouro desta década (é para aí só de 10/15 em 10/15 anos, não é?) e ainda outra de prata. Descobri que o pai da medalhada Vanessa foi ciclista de renome (pronto, eu não sabia) e ainda me consegui inteirar de regras e penalizações de modalidades que só são referenciadas cá na nossa terra quando decorrem jogos olímpicos.
Só coisas boas, este mês portanto!