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A desertificação de um território não é consequência do seu abandono por parte dos seus habitantes. A causa está além, muito antes da tomada de decisão massiva de "dizer adeus às ovelhas, aos cães e às cabras velhas", em resumo, ao lugar onde se nasceu. E isto é verdade para todas as escalas: da desertificação migrante, conhecida como êxodo rural, à desertificação nacional, conhecida como emigração.
Se a humanização da paisagem é categoria geográfica para se pensar no ordenamento do território, o que dizer das políticas de desertificação da paisagem, responsáveis pela machadada final a qualquer equilíbrio entre centros e periferias no território português?
Esta reportagem tem um título assertivo onde se esconde um travo apologético porque quase apocalítico. Ali estão, a cores, as fotografias do abandono, das terras fantasmas e dos baldios de amanhã. Numa altura de tanto desemprego, emigração e desinvestimento económico, aquilo que mais dói é o desinvestimento de visão política para um país que, sendo tão pequeno, nunca mereceu ou conseguiu ter um planeamento integrado, inter regional. De especulação imobiliária em especulação imobiliária, de obra pública em obra pública, de poupança em encerramento de obra pública, vamos é todos para o litoral, esse local onde se concentra hoje o desemprego, fugindo da solidão escura e fria dos campos e edifícios abandonados. Vamos todos ser pobres em construções sobrelotadas que, ao menos, temos calor humano. Ninguém quer ser eremita na própria terra onde nasceu.