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Apesar da minha propensão para a arte de desenhar ser aquilo que se vos afigura, nunca deixei de tentar.
Eu adoro lápis de cor.
Este ufano auto-retrato estava num fundo de gaveta, que é o seu local de eleição, e tem precisamente 6 anos. Data de 2008 portanto.
Já não tenho o casaco da Zara, nem a mala; por falar nisso, nem as camisolas e tampouco as calças. Também já não fumo e já não tenho um maço de cigarros na mão há alguns meses.
O cabelo está curto e mais claro. Estou mais gorda, mas continuo bastante esbelta. Adorava aqueles sapatos, resistentes até ao ano passado.
Vistas bem as coisas continuo a ter hobbies de hora do almoço muito pueris: ou desenho ou tiro fotografias ou faço recortes ou leio ou faço colagens à la scrapbook ou escrevo postais.
Tão diferente que estou e, no entanto, tão igual.
prazeiroso;(
Sem televisão.
Tentei escolher os melhores postais, de acordo com o perfil dos postcrossers que me calharam. Um foi para os estados Unidos, o outro para a China, lá mesmo no sul, para os lados de Hong-Kong.
Depois o Taichi Yamada continuou a assustar-me.
Boa segunda feira de doidice pedonal e/ou automobilística para vós que andais a distribuir crianças pelas portas das escolas ou estivestes encalhados no trânsito, mercê daqueles que andam a distribuir crianças pelas portas das escolas!
para mãe e sua filha.
Dois meses depois voltou ao infantário. Parecia convencida. Não estava.
Um nó na minha barriga vai subindo à garganta à medida que o choro aumenta e aos gritos de desespero se juntam as mãozinhas a agarrar-se, desesperadas, a mim que sou a mãe. A mim que a deixei lá. Que fiquei no corredor a escutar se melhorava. Não melhorou. Volto à sala, não volto à sala? Não voltei. Fui. A ouvir os gritos, agora entrecortados com soluços, "Mã-mã!". Ia estóica até à saída quando me diseram "Então mãe, não vá assim tão triste..." Desatei eu a chorar. Só me apetecia ir buscar a minha filha e ficar com ela, agarradinha, até ela querer. Também não fiz isso. Fui trabalhar.
*E para quem ache isto uma lamechice, que há-de haver concerteza, porque "eles depois calam-se" e "aquilo é tudo ronha" e pérolas que tal, não partilho desse cliché. Ela estava no seu direito de querer vir comigo e no direito de me querer com ela porque é um bebé numa sala nova, com novas educadoras e novos colegas. E só tem dois anos e também tem medo. E não sou nada adepta de negligenciar os sentimentos das crianças só porque são crianças. Até por essa condição importam muito mais. E sim ela chorou e eu chorei e a vida é assim, mas isso importa. Não é de desvalorizar. Vai passando, mas importa. E não faz mal se ela amanhã chorar novamente. Farei tudo à mesma: acoradremos a falar da escola, escolhemos a roupa para a escola, um boneco para levar para a escoal, iremos a cantar no carro e ela chorará de novo. Até deixar de o fazer. Até se habituar dir-lhe-ei sempre o mesmo: "Até logo, o papá vem buscar e depois vais ter coma mãe!" Até ela acreditar.
A desertificação de um território não é consequência do seu abandono por parte dos seus habitantes. A causa está além, muito antes da tomada de decisão massiva de "dizer adeus às ovelhas, aos cães e às cabras velhas", em resumo, ao lugar onde se nasceu. E isto é verdade para todas as escalas: da desertificação migrante, conhecida como êxodo rural, à desertificação nacional, conhecida como emigração.
Se a humanização da paisagem é categoria geográfica para se pensar no ordenamento do território, o que dizer das políticas de desertificação da paisagem, responsáveis pela machadada final a qualquer equilíbrio entre centros e periferias no território português?
Esta reportagem tem um título assertivo onde se esconde um travo apologético porque quase apocalítico. Ali estão, a cores, as fotografias do abandono, das terras fantasmas e dos baldios de amanhã. Numa altura de tanto desemprego, emigração e desinvestimento económico, aquilo que mais dói é o desinvestimento de visão política para um país que, sendo tão pequeno, nunca mereceu ou conseguiu ter um planeamento integrado, inter regional. De especulação imobiliária em especulação imobiliária, de obra pública em obra pública, de poupança em encerramento de obra pública, vamos é todos para o litoral, esse local onde se concentra hoje o desemprego, fugindo da solidão escura e fria dos campos e edifícios abandonados. Vamos todos ser pobres em construções sobrelotadas que, ao menos, temos calor humano. Ninguém quer ser eremita na própria terra onde nasceu.