A mulher de 30 anos não era nascida no 25 de Abril de 74; não ouviu radionovelas e não vibrou com o Festival da Canção. A mulher de 30 anos tropeçou em dois séculos e está aqui! Também opina, ainda não é anciã e agora é mãe

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Boa noite,Como a entendo.Uma coisa é fazer o "que ...
É tão giro encontrarmos desenhos antigos, retratam...
Compreendo perfeitamente! É tão difícil deixá-los ...
Segunda-feira, 23 de Março de 2009

Saí do cinema com a sensação

de que havia um latente "make my day" escondido no filme!

 

 

Eu confesso aqui que a fase "Dirty Harry" nunca me convenceu. Já a anterior, a do western spaguetti, fez-me lentamente mudar de ideias. Ora bem, eu sou uma rapariga relativamente jovem e, se atentarmos que já o Clint andava a distribuir socos e chumbos ainda eu não era nascida, constata-se que não segui a carreira do senhor de forma muito cronológica. Logo, levei com os dirty harrys duma vez, em simultâneo com a ascenção do vídeo caseiro, e só mais tarde veio o Sergio Leonne, já com vhs. Assim, achava eu, até relativamente tarde confesso, que o Clint era um mix de Bud Spencer, mais magro, com a expressão facial congelada de um Segal (credo, as coisas que pensamos quando somos piquenos) e a sorte de lhe terem escrito uma fala que pegou, qual Schwarzeneger.

 

Ora a minha relação com o senhor senior mudou muito quando vi o filme Bird (em vhs, seguida duns lps do Charlie Parker); uma pessoa que soqueia a torto e a direito faz um filme assim... hum... Depois foram as Pontes de Maddison County onde, eu confesso senhores, que entre os meus olhos embargados até considerei que sim, estava enganada, o homem até tinha jeitinho para aquilo e não batia na Merly Streep, o que já era ganho.

 

E depois de muitos desencontros foi o Mystic River que o colocou num lugar cimeiro no top thwenty do meu coração cinéfilo.

 

E ontem fui deleitar-me com este filme que, não sendo o filme do ano, é o filme do trimestre. E só pelo facto do senhor senior se dar ao trabalho de realizar, produzir e actuar, escolhendo um argumento que retrospectivamente faz uso das nossas reminiscências dirty harrianas mais profundas para evidenciar o facto de que as coisas são como são, qual destino qual carapuça! A ideia de que com a idade cronológica possivelmente encontraremos sempre possibilidade de expiação sobre tudo o que nos vai acontecendo na vida por mais caquéticos que nos considerem ou estejamos é sempre uma mais valia. Logo, gostei deste filme, gostei do Clint, dos pequenos pormenores guturais e faciais, do uso que faz das suas limitações e da inteligente escolha de argumento.

 

E ainda sorri bastante, mesmo no final.

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publicado por amulherdetrintaanos às 23:34
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Sábado, 21 de Março de 2009

Só para dizer que apaguei um comentário pela primeira vez

o que, a atentar no facto deste blog ter um ano e qualquer coisa, não é uma má média.

 

Esclarecendo:

 

este blog pode servir para tudo à excepção de ser um veículo para a propagação de ideias de extrema direita. Perceberam? Nunca!

 

Em relação ao último post obtive um comentário ao qual só posso retorquir com uma exclamação do género: tem lá paciência ó pequeno mussolini e vai tentar impingir essa pseudo ideologia de algibeira a outro! 

 

O comentário foi apagado porque me causa impressão, porque está mal escrito, porque este blog é meu e não se move a ódios de estimação contra outras pessoas humanas. Porque eu sou uma cidadã do mundo e o meu mundo não é pequeno.

 

O que sempre me causou fastio e me colocou uma interrogação permanente é o seguinte:

 

como é que um desenraizado de ideias assentes no puro ódio religioso e cultural podem ser utilizadas para exigir uma superioridade artificial entre identidades nacionais, colocando todas as culpas por todos os males do mundo nos "outros" através de ideias históricas pouco fundamentadas e usadas deturpadamente e sem contexto; uma notória lacuna de suporte filosófico de carácter epistemológico e uma presunção sobre o facto de que os outros devem ser mentecaptos e que, em altura de crise, à falta de espírito crítico se podem virar para esse solilóquio esquizofrénico e desatar também a entoar o hino da juventude hitleriana, à falta de outra coisa para fazer?!

 

Não tenho paciência! Tomo como um insulto à minha inteligência frases desgarradas como o mal da crise financeira do mundo, dos E.U. ao Japão, ser de um grupo religioso (os nossos banqueiros são bem cristãos e fazem o acto de contrição com uma mão enquanto roubam com a outra). Queres culpar alguém recua à antiga Lídia (pois, não deves saber, mas era uma antiga civilização) e culpa-os pela invenção da moeda. E eu algum dia iria aplaudir alguma medida de um fascista italiano que só foi derrubado tarde demais (nessa verborreia de algibeira, esqueceste de mencionar o Marquês de Pombal, esse sociopata, mas bom urbanista, que tanto deves admirar, mas só pela expulsão do tal grupo religioso do país)?!

 

E quanto a lutar pelo reeerguer da economia nacional, fica sabendo que só o consegues fazer com imigrantes (isso e aumentar a taxa de natalidade também e agradecer aos imigrantes e aos seus filhos portugueses pelo atraso no colapso da segurança social), incluindo os da Roménia que, apesar do que as vistas curtas de muitos pretendem fazer crer, não são só indigentes. E, qual bolinha de neve, o milhão e tal de imigrantes portugueses no mundo que saíram do país, não porque são cobardes, mas porque, vá-se lá a saber, precisam de comer, também estão lá fora, e não são menos do que tu, apenas mais corajosos, quiçá.

 

E quanto à frase "portugal, não está de joelhos, pois não há meninos com barriga grande por causa da fome", acorda! A taxa de tuberculose aumentou, mas deve ser porque 25% da população portuguesa anda a fazer dieta!

 

Que fique claro que este blog e a sua dona não sofrem de nenhuma doença mental, acreditam que o holocausto aconteceu, repudiam todas as formas de nacional socialismo e estão à esquerda. Se lesses posts anteriores deverias perceber isso e poupares o blog e a dona a estas perdas de tempo.

publicado por amulherdetrintaanos às 13:29
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Segunda-feira, 9 de Março de 2009

...

Depois de ter ouvido o presidente da república do meu país a dizer isto a pessoas desempregadas que nenhuma culpa têm da inaptidão e incompetência governativas alheias:

 

«deixo-vos a minha solidariedade, o que é pouco, mas não tenho mais para dar»

 

ainda fui ouvir o Medina Carreira em repeat peremptório disto, frente a um Mário Crespo em estado catatónico, culminando com o esboço da ideia (que já toda a gente percebeu) de que se os partidos políticos são hoje estruturas perversas, uma espécie de trampolim para uso próprio sem qualquer noção de "coisa" pública, seria um regime presidencialista a solução mais lógica...

 

Eu afirmo aqui e agora que aos 32 anos estou deveras envergonhada com o estado a que este país chegou.

 

Aparentemente tudo começou no ano em que nasci.

 

Venho eu ao mundo no meio de tantas potencialidades e, antes de poder fazer alguma, lixam assim o país em proveito próprio e o país deixa.

 

Shame on you!

 

publicado por amulherdetrintaanos às 23:16
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Terça-feira, 3 de Março de 2009

O maravilhoso mundo do café e do croissant

e os diálogos surrealistas ali proferidos escondem, no fundo, no fundo, a verdadeira essência popular: entre outras coisas muito interessantes, alguma confusão, geográfica e histórica!

 

senhora encasacada, de voz rouca de fadista, mas muito afirmativa: "Isto está tudo em crise. Não é só cá."

 

[reparem, com uma frase se explica um conceito tão complexo como a globalização, isto é sabedoria também e não estou a brincar].

 

amiga, também cinquentona, mais mal encarada, mas igualmente afirmativa: "É no mundo todo, é de norte a sul [e aquela pérola do senso comum que nunca fica mal para reforçar uma ideia], ninguém sabe onde é que isto vai parar!"

 

diz a encasacada, motivada pela deixa anterior: "Atão, até já em Moçambique..."

 

intervala logo a outra, ávida para fazer notar a actualização do seu conhecimento: "Ah pois, mataram o savimbi! [e qual matraca, continua] nunca se aguentou lá ninguém à frente daquilo, os diamantes, é por causa dos diamantes!"

 

Bloqueei. Mentalmente tentei mater-me lúcida: "Ok: Angola-Savimbi-morto há uns anos; Nino Vieira-Guiné; Angola-diamantes; Guiné... pimenta...?"

publicado por amulherdetrintaanos às 20:41
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Segunda-feira, 2 de Março de 2009

Esta música que agora vos deixo

 

... não é do Festival da Canção!!!
 
É caso para dizer "iupi!!!", não é?
 
Eu sei, eu sei, já não há pachorra. Para qualquer lado, televisivamente falando, que uma pessoa se vire parece lá estar omnipresente a Sílvia Alberto, melga e feliz da vida, a apresentar vezes sem conta as canções festivaleiras desde o século passado, ano por ano, canção por canção, vira o disco e literalmente toca o mesmo.
 
Eu até gosto da "Desfolhada". Tem um poema do Ary dos Santos. Eu acho piada à história da "Tourada" cantada pelo Fernando Tordo quando era giro. Eu até acho piada a esse, hoje elevado a, ícone pop que graça por José Cid e àquela canção que reptia o amor em línguas estrangeiras. E claro, também considero que o "E Depois do Adeus" para além de bonita é muito simbólica e isso tudo. Mas, por favor, parem lá com os concursos para eleger a melhor canção de sempre de um festival que já morreu! A seguir a isso vem o quê? A eleição do melhor episódio do "Dallas"?! E depois? Passamos três anos com a Sílvia Alberto a apresentar cada um deles? E o pessoal em casa a votar?!
 
Bem, isto tudo para dizer que nas minhas andanças laborais por, longos e tortuosos caminhos, andei a dar uma de etnomusicóloga e a descobrir uma a uma... não, não foram as canções do Festival!
 
Andei a redescobrir as "Canções Heróicas".
 
daqui
Para quem não sabe houve um músico, compositor, maestro, professor, musicólogo (pois, a área não é só lobby do maestro amigo da Bárbara Guimarães) que, fascinado e inspirado pelo Béla Bártok, deixou um vasto legado ao panorama musical português. E mais, na língua universal que adoptou, das suas composições resultaram, não só trechos para quem já carregava uma educação/erudição musical, mas sobretudo a composição musical de canções populares (como o "milho verde") passíveis de serem tocadas e cantadas por qualquer orfeão de qualquer colectividade por mais recôndita e amadora que fosse. O seu conjunto inicial designava-se de "Canções Regionais Portuguesas".
 
Fernando Lopes Graça (n. 1906;m.1994) foi fundador do Coro de Amadores de Música de Lisboa e não teve uma vida fácil durante o Estado Novo, o que (a atentar na temporalidade da sua vida) lhe cerceou projectos, profissão e intimidade.
 
Ora as "canções heróicas" nascem da adversidade e emergem como projecto nessa relação estreita que a música e a literatura possuem quando se tenta exprimir ideias, afirmar ideologias, instruir e alargar horizontes. Num período em que a resistência ao regime salazarista se fazia de modo mais directo, mais indirecto, mais na sombra, no exílio ou totalmente na clandestinidade, Lopes Graça fê-lo através da música. E isso também não o livrou da prisão.
 
Como para os regimes autoritários os livros e a música (agora a internet também) costumam ser um alvo prioritário a abater e esta ideia, só por si, é fascinante: os livros e a música terem poder de implodir as ideias que neles estão contidos, estas "canções" que vos falo nunca viram em todo o seu esplendor a luz do dia, através de uma edição maior ou passagem na rádio ou na tv, até 1974. Contudo, tornaram-se um símbolo da mobilização em torno de uma ideia unitária de oposição política; no fundo são canções da resistência.
 
Assim existem, pelo menos, 11 canções incontornáveis (eu comecei a debruçar-me melhor sobre isto há pouco, ainda me faltam ouvir umas quantas e ler mais coisinhas) com excelentes poemas da crème de la crème da nossa literatura na esteira neo-realista do Fernando Namora: desde o José Gomes FerreiraCarlos de Oliveira ou a José João Cochofel, entre outros.
 
Deixo-vos as letras de duas... e se quiserem mais vão ouvir as "Canções" ou lerem os livros...
 
Livre (Carlos de Oliveira)

Não há machado que corte
a raíz ao pensamento
não há morte para o vento
não há morte

Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida
sem razão seria a vida
sem razão

Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento
porque é livre como o vento
porque é livre

 
Acordai (José Gomes Ferreira)
Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações
 
Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!
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publicado por amulherdetrintaanos às 23:08
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