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está mesmo muito frio.
Decididamente
não gosto de sair de casa em noites de frio.
Decididamente
não me digam que isso se deve às três décadas que me acompanham.
Tenho frio
simplesmente.
Finalmente
saí.
Estou em casa de uma friorenta amiga com outros amigos friorentos.
Só para afirmar
que sou uma pessoa de concessões e não partilho da paixão colectiva por Linkin Park e fiz esta folguinha ao dvd do concerto entretanto a passar...) .
Antes de mais...
um BOM dia pós NATAL para todos, na impossibilidade de vir cá mais cedo...
E obrigado pelos comentários natalícios ao último post, tão simpáticos!!!!
Estava eu hoje a pensar que a permanência é coisa reconfortante, deveras afirmativa de uma certa estabilidade necessária a muitos.
Olha a permanência em formato de massa para filhós amassada por mim para que a permanência não morra...
E as mãos a seguir... com tratamento afincado que eu não gosto de más aparências manuais...
Olha a mesa natalícia com a fatia dourada e arroz doce da mamãe... ah... permanência boa...
Olha a permanência de um gato a escavacar a árvore de Natal (é permanência porque já é o segundo ano!)...
Mas depois assolou-se-me à mente que, pelo contrário, a permanência nem sempre é uma coisa boa e, muitas vezes, até chega a ser dispensável; outras irrita porque a permanência, por vezes, anda de mão dada com o conservadorismo. A permanência é assim sobrevalorizada: simplesmente há coisas que são necessárias, há outras que não.
Afinal nem tudo o que existe é relevante e nos dá uma sensação de reconforto nostálgico.
Tomemos, por exemplo, aquele anúncio velhinho, passado num contexto natalício onde, ladeando uma árvore de natal ainda em versão pinheiro verdadeiro, uma criança de tranças e um avó colesterólico, se entretêm a enfiar figuras de chocolate nos ramos afiados: “agora o coelhinho, agora o pai natal, a seguir o sininho…” e por aí até que a criança fazendo apanágio da sua condição, embirra que não é assim perante a complacência do idoso, terminando com a frase “não, não, o coelhinho vai com o pai natal e o palhaço no comboio ao circo!” E a idílica cena termina com a marca chocolateira e um close up da janela. Ora bem, este anúncio andou, tal como hoje os do bombom elitista onde, numa suave tensão erótica, a super-esposa-de-homem-muito-bem-na-vida e o mordomo bem apessoado divagam sobre os apetites incontinentes da primeira. Passam na televisão, ano após ano, até toda a gente se fartar. Já devia a criança, do primeiro anúncio, ter 20 anos e o velhote ter perecido e aquilo ainda ia para o ar. Eu aposto que em muitos lares deve ter havido lugar para um comentário televisivo do género “Raios partam este reclame que já chateia e me enerva, todos os anos é a mesma coisa!”. Agora que aquilo deixou de passar há para aí uns vinte anos, já ascendeu a clássico da publicidade e a património cultural português, de tal modo que se aquela loja do Chiado que comercializa memórias passadas em formato de artigos de consumo comum que já não se encontram em muitos sítios também comercializasse dvds de anúncios antigos, ele estaria certamente no top e muita gente pagaria as exorbitâncias do preçário aplicado para guardar e rever a preciosidade datada que antes enervava e agora deixa saudades.
E já agora, peço licença, mas termino aqui porque ouvi dizer que a rtp ia passar a "Música no Coração" e eu quero ver se ainda apanho a antepenúltima cena em que a família canta toda juntinha (e sob grande pressão) o Edelweiss [é antes do mocinho adolescente traidor e fascista denunciar as 10 alminhas e, ufa, acabarem por serem salvas em boa hora pela freira boazinha e assexuada (que isto entre a religião e a política nos anos 40 aparentemente era fácil perceber que ainda se podia confiar mais na 2ª)]. É que eu já passou quase um ano em que vi pela última vez (e em simultâneo pela trigésima primeira) e eu já estou com saudades...
Ele há permanências e permanências... Das más coloco o circo de Natal em primeiro: atentar contra a dignidade animal em 2008 faz alguns dos meus genes primitivos regredirem à condição neandertalesa e eu não gosto.
pois eu não tenho lareira.
e começo logo com o essencial, se tiver isto, o resto é acessório (as coisas que se vão aprendendo até aos trinta anos...)
Saúde física e saude mental
É piroso eu sei, mas de nada me servem as outras coisas se não tiver estas, por isso, para mim e para as pessoas da minha vida queria um saquinho de Natal com estas coisitas, s.f.f.
E depois podem ser-me oferecidas mais estas...
E começo assim porque se há coisas que são globais, esta é uma delas e dizem que com a história da marca se navega pela história da publicidade e pela história dos states e pela da Europa e agora pela da China. E ouvi dizer também que é dos melhorzinhos que saiu sobre a dita: nem muito em defesa, nem muito a matar. É isto ou o cheque fnac.
Segue-se um qualquer da Luísa Neto Jorge porque me apetece ler poesia em 2009 e não tenho nada dela, conheço pouco e me apetece.
E aquela colectânea em 3 volumes do Hans Christian Andersen cujas histórias fazem chorar as pedrinhas da calçada, mas que eu gosto, gosto. E depois estão todas tão bem ilustradinhas... e fica para património familiar...
E este que é obrigatório. Eu já pedi aos 4 ventos, estou convencida que mo ofertarão, ainda não comprei para não estragar a prenda de Natal a ninguém. Vá lá, não me desapontem... que o rapaz escreve como um senhor.
Vou deixar de lado o mercado de arte, pois não quero ser muito exigente; mas era uma boa prenda de me oferecerem... uns desenhinhos da Paula Rego, um Graça Morais, um El Grecozito, mas pronto...
Seguem-se "as" botinhas lindas castanhas, deste género ou parecido, nunca pontiagudas que eu não sou nenhuma cinderela, arrendondadas, se faz favor... assim, daqui ou doutro lado que eu não sou muito exigente e deixo estas da Berska para o duende ajudante se situar...
Não quero a loja quero "o" casaco no seu interior (mas não devo ter muita sorte porque como fui bafejada pelo bom gosto, requinte e qualidade, tenho desejos muito caros e o dito... vá lá vai...).
Pronto, esta gostava, mas qualquer dia ofereço-a à minha pessoa. Em rosa, tã lindo, fininho, levezinho...
Conto com estas que dizem os experts que estas coisas duram 12M e as minhas estão a expirar. Estas corezinhas da Bourjois têm caixas com desenhinhos vintage tãoooo lindos!
E claro , estes, muitos e coloridos que o meu stock secou, literalmente.
Depois, caso os meus pais fossem donos de um banco e não estivessem presos ou com as contas congeladas, eu queria tanto este... só um, não todos que isso também era excessivo e a minha casa é pequena. Um espelhinho do Phillipe Starck, ah?
Pronto, já está, havia mais, isto é um mundo de possibilidades, mas pronto, sou moderada.
Ah, só mais uma coisa (esta partilharia com o homem de 30 anos)...
Quase um mês afastada das minhas actividades blogueiras regresso feliz e contente, imbuída de espiríto natalício, com a pele seca de tanto corropio pré ritualesco por entre lojas de ares condicionados tropicais e espaço público frio como o verão siberiano, munida de novas energias e com toda a panóplia de tarefas laborais escravizantes terminadas que me afastaram do meu tempo lento blogueiro, entre outras actividades divertidas que me revitalizam e alegram porque confesso... eu não vivo para trabalhar e eu gosto é de ócio (e mantas polares e moscatel...) e de flanar por aí a fazer aquilo que me der na tola...
E para recomeçar compartilho convosco esta pérola de sabedoria que se chama senso comum, essa atitude sábia, essa postura existencialista, esse questionar pré socrático latente nos anciãos que por aí andam livremente na sua vidinha de reformados mal pagos; daqueles que a gente ainda consegue ouvir e ver, daqueles que andam de transportes públicos e a pé, seja porque não estão fechados em casa ou amontoados em lares com nomes esquisitos e contraditórios (tipo, "sempre jovens"ou "o nosso cantinho"), seja porque a idade já não lhes permite circular automobilisticamente...
E perguntam vocês: velhinhos em transporte público? Sim, sim. E eu ia lá também, num autocarro atulhadinho que me fez arrepender de entrar logo ao trespassar a porta, ensaduichada entre um dread e uma pseudo tia e a levar com o cotovelo de um senhor encasacado que fazia lembrar aquele bonequinho do south park.
Então, recapitulando, ia eu e mais metade da população da minha terra metidos num autocarro lagarta que parou à porta de uma igreja da pós modernidade... o centro comercial da terra. Eu tinha o carro no estacionamento do dito, mas quando me vinha embora, a longa fila engarrafada para de lá sair, fez-me dar meia volta e apanhar um bus. Como moro a três paragens do mega santuário, tinha um módulo e pouca gasolina tive essa brilhante ideia de usar o estacionamento público, como privado e lá me enfiei no autocarro a pensar que lá para as nove da noite podia ir calmamente resgatar o meu veículo.
E então, no meio da confusão, entre o dread e a tia, iam sentados dois velhinhos. Ele com sacos do jumbo, ela com um guarda chuva; ele de boina, ela de lenço. O diálogo, se escrito por um argumentista polaco, não poderia ser mais surrealista, ele afirmava uma coisa, ela constatava outra ao lado, mas eis que, de repente, aquelas duas almas são unidas pela ideia determinista de destino, passam para o livre arbítrio e ainda afagam a ideia de liberdade tão cara a Leibniz . Eu estava que não podia, ainda pensei ligar dali para a tvi e propor-lhes aquela dupla maravilha em substituição do pulido valente, mas não queria interromper a conversa. Aqui fica a conclusão que eu registei mal sai no meu caderninho de bolso, porque valia a pena e se os cadernos de bolso não servem para isto, não sei para que mais hão-de servir. Com laivos de peça do Brecht, antes de eu, lamentavelmente, ter de sair na minha paragem eis o que foi dito:
Ele- anda toda a gente a correr, uns para um lado, outros para outro. Mas eles não sabem que não é a gente que manda no tempo, o tempo é que manda em nós...
Ela- pensam que estão a fazer aquilo que querem, mas andamos todos é a fazer o precisamos...
Ele- não vale a pena correr, quanto mais se corre, mais parados estamos...
Ela- a gente pensa que não, mas o homem põe e Deus dispõe...
Ele (e com razão e acho que eu, o dred e a tia)- o homem põe e Deus dispõe.
E sai do autocarro estupefacta com o eco do "o homem põe e Deus dispõe".