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Amigos cerelaquianos, e aqueles que compreendem, mas não comem, obrigado pelos vossos comentários! Já não me sinto tão só nesta dimensão gastronómica tão pouco elaborada e hoje, logo pela manhã, olhava lânguida e pouco sexy, o meu prato farinhento e, enquanto este arrefecia, lembrei-me de vocês!
Continuo com pouco tempo e muito stressada. Depois fiquei constipada. Nesta conjuntura (que decerto o zoodíaco analisaria melhor) o meu estado de espiríto ressente-se.
Como exemplo até vos digo que ao ver a empregada do café onde almoço trazer toda contente para a nossa mesa um pratinho de castanhas, até comentei para os colegas: "Que generosa, será que vai ser assim todos os dias até ao S. Martinho?!". Pois, era hoje. Aparentemente passar-me-ia ao lado. E seria a primeira vez em 32 que não comeria castanhas no dia 11/11. não se podem quebrar assim rituais tão estruturantes para a vida das pessoas.
E depois, também não é normal acompanhar a montagem de um documentário e ficar tão emocionada no fim que se tenha de disfarçar uma lagrimita pindérica.
A dita montagem foi uma epopeia de quatro semanas, é certo. Houve gritos, desavenças conceptuais, meios amuos e volta atrás, corta, limpa, corta mais um bocadinho, mete acolá, agora o macintoch foi abaixo, abre outra vez, vai lá buscar a framezinha, não era essa, era outra, volta atrás, ouve outra vez, corta o som e por aí fora.
Não sei se foi de ver o fim daquilo finalmente à frente; não sei se foi dos excertos que escolhi a meias; não sei se foi da lembrança das histórias de vida completinhas dos entrevistados; não sei se foi de tudo mais as fotos que lá inserimos pelo meio, mais uns fades in e out, mas cheguei ao fim a fungar e não era da constipação.
Estou formalmente muito emotiva este Outono.
Que as há. Que as há.
Eu hoje constatei uma coisa, no decurso da leitura do blog da miss m quando fui acometida por uma constatação de permanência neste nosso quotidiano tão fugaz e célere.
Confirmei algo que já suspeitava, mas do qual não tinha provas. Há pessoas, indivíduos, homens e mulheres, trintões (e, vai na volta, quarentões e cinquentões) que não conseguiram largar, que não conseguem viver sem, que são devotos, especialistas, gourmets... no quê?
Ah pois é!
Não fosse a miss m e eu andaria aqui a pensar que era a última trintona no mundo a comprar subrepticiamente a cerelac, envergonhada deste meu hábito arreigado, desta minha estagnação infantilista. Mas existem! Que bom. Se vivesse nos Estados Unidos decerto fundaríamos uma associação ou um grupo de terapia; como vivemos em Portugal continuaremo-nos a empaturrar até à velhice, desculpando-nos na caixa do supermercado, com um baixar de olhos, ou fazendo ar de mãe para aquele único produto que se destaca no meio de outros que não têm nada a ver.
E pronto, a par com a cerelac, eu confesso usar pijamas com ursinhos, um porta moedas da hello kitty, ter comprado os dvds da "Ana dos Cabelos Ruivos", guardar o meu pequenino "urso Micha" de estimação como se ele tivesse banho de ouro, limpar o pó ao boneco TopoGigio e preservar a colecção da "Anita" para gerações de mulhers vindouras.
Já larguei o Nestum com mel, não largarei a cerelac e nem me digam que os nutrientes daquilo são para pessoas pequenas em crescimento e que, aos 30, comer uma pratada enfarinhada dava "para alimentar um cavalo" que eu não me importo. Levem-me tudo menos a Cerelac.
E pronto, senhores da Nestlé, a atentar no número de vezes que já repeti o nome da farinha, não precisam de agradecer a publicidade, basta enviarem uns caixotinhos para a minha residência. Serão, decerto, bem empregues!