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Acabei de inventar um novo provérbio em proporção à estupidificação lenta a que a RTP me sacrificou nos últimos dois dias!
Uma pessoa ainda pensa que, face à contundente parvoíce da programação pós jantar da sic e da tvi, podia ter uma alternativa interessante televisiva para o seu fim do jantar em família e ir-se tentando a adivinhar respostas correctas a perguntas difíceis.
Isto seria bem pensado, especialmente no meu caso que tenho um televisor de estilo clássico ou se preferirem bastante antigo, do tempo em que eu era teenager e em que nele visionava esse mítico programa que se chamava pop off. Ora se o meu televisor pelo estado avançado da idade e do uso já desenvolveu algumas manhas, do estilo de só captar bem 3 canais e não conseguir sinal para a rtp2 (!) e, mesmo assim, ter de levar umas belinhas de vez em quando, já para não referir que, a bem dizer, apenas funciona com toda a excelência se ninguém, na cozinha, se mover... Pois, seria assim uma alternativa fiável não fosse o estado de acéfala ignorância daqueles marmanjos e marmanjas que concorrem!
Ontem levei com uma concorrente que, logo na 2ª pergunta, afirma: "Bem... esta é difícil..." (respiração funda para dar legitimidade à ignorância em estado puro de que é portadora evidente) "Sinceramente... nunca ouvi falar...".
A pergunta era que género é o "western spaguetti"! Literário, musical, cinematográfico e outro. Pediu uma ajuda... e entretanto os telespectadores foram massacrados com piadas do género "os cowboys se calhar gostam de esparguete" e "será nome de prato..."
A seguir segue-se a pérola... "Maria Helena Vieira da Silva era uma pintora, pianista, escritora e outra"... Nova crise existencial.
O pior é que esta gente ainda sai dali a comentar para quem a quiser ouvir alguma alarvidade parecida com "Fogas-se, pá, tive azar, só me calharam perguntas difíceis!"... E a família ainda a apoiar quando o que ela merecia era ser fechada num quarto com uma estante de livros e sem jantar, depois de escrever 5 000 vezes num caderninho a máxima socrática do "ignorante é aquele que não sabe e não quer saber".
Segue-se outro nesta voltinha deprimente do carrocel televisivo com o Jorge Gabriel a aguentar aquilo e a ficar incontinente de cada vez que a pergunta é de desporto...
Pergunta: "Corolário" é sinónimo de origem, resultado, consequência e outro. Grande esforço intelectual do concorrente... vê-se no rosto a materialização da ansiedade... a pergunta é ífícil, afinal é para 100 euros... suspiros... não pede a ajuda, mas atira que não tendo a certeza vai arriscar porque "o giro é arriscar"...
Eu confesso que me irrito. Este programa dá-me conta do sistema nervoso.
Hoje... desisti. Então a criatura tem como alternativas para a pergunta, quem é o autor dos albúns "Alma Mater" e "Passion", o Fausto, o Rodrigo Leão e outros dois que já bloqueei devido ao choque e pergunta ao apresentador: "O Rodrigo Leão é brasileiro, não é?"
O que é isto?! Eu até sei que na essência da questão colocada estava o facto de que a caramela confundiu o Rodrigo Leão (outrora rapaz dos Sétima Legião") pelo filho do epiléctico- dinâmico-de-sotaque-intercontinental que tem quase um dialecto próprio e que canta ferosmente o seu último albúm em mirandês É para rir!!! Como é que estes produtores escolhem os concorrentes? Vão a uma gruta no meio da serra encontrar este pessoal?!
Isto não é a ser mesquinha ou desdenhosa ou mazinha só por ser. Não há nada mais triste do que arrastarmos a nossa ignorância em público, mesmo que para isso se argumente ganhar dinheiro ou nem que para isso... O pior é que estas pessoas nem devem ter consciência do quão triste, deprimente e chocante é o seu tipo de ignorância que somente existe porque a alimentação do espiríto há muito que sofre de anorexia, e eles nem sabem. Se existem autómatos cerebrais, o programa "Quem quer ser milionário" dá a oportunidade de exibirem para os outros a vossa falta de tudo e então os parâmetros vão descendo, descendo, descendo até aquilo perder o pouco potencial que tinha.
E não, eu não concorro a estes programas porque, apesar de ter consciência de que ninguém sabe tudo, também sei que o nível aleatório das perguntas deve ser lixado e o meu terror é calhar-me uma questão da ciência antropológica a que eu não saiba responder correctamente. Por isso e apesar dos 250 mil euros fico em casa. E também não é sinal de cobardia, é sintoma de bom senso.
Inscrevi-me num site que pede para postar isto.
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Já o fiz agora vou aguardar pelos resultados. Desculpem lá isto não sair nada de jeito, mas estou com pressa que vou dançar e meter-me nestas novas tecnologias sem ter tempo é o que dá.
Cenas dos próximos capítulos (para ler com entoação de novela brasileira):
questões femininas prementes que “só lembram às mulheres” porque a parte do cérebro masculino que se devia lembrar dessas coisas é a menos desenvolvida (esta foi mazinha) e uma listinha de sites e blogs sobre o tema muito simpáticos.
Obrigada piratinha pela passagem de tão dinâmico desafio que aceito concerteza e de bom grado, apesar de não estar com muita energia para postar hoje. Também é verdade que isto é um bocado puxado porque uma pessoa tem de estar a auto centrar-se e eu ando um bocado tipo a Shirley Maclaine no seu período mais kármico... Isto deve ter sido do excesso de debates, tertúlias e encontros da "semana da mulher" a que, por imperativos profissionais uns, outros por interesse, acabei por assistir nas últimas semanas. Foi muito feminismo prec-iano, três marias, sufragistas e afins... estou esgotada!
As minhas insignificâncias não são nada insignificantes, lamento. Das mesmo insignificantes acho que nem as consigo enumerar ou relembrar... Factos incontornáveis e idiossincráticos da minha pessoa, é o que é, mas cá vai...
A primeira é atulhar a "minha" cadeira do quarto com roupa usada/não suja até ter um molhinho considerável que cai quando o meu gato salta par o seu topo. A segunda é ser hiper organizada e até já me apelidarem de mailing list ambulante: desenvolvi a minha própria tabela de contactos do access a que não escapa ninguém que, profissionalmente, me tenha apenas dito "olá" uma única vez. A terceira é levemente psicossomatizar qualquer desconforto social e sabê-lo. A quarta é lavar roupa de forma furiosa e eficaz de cada vez que estou verdadeiramente feliz; uma espécie de auto-celebração. A quinta é beber café de manhã esteja eu onde estiver e a que horas acordar, caso contrário o meu cérebro auto congela (mas não com os benefícios da criogenia). A sexta é, antes do café, levar sempre um iogurte líquido enquanto desço as escadas do meu prédio e acabar de bebê-lo no carro, coleccionando assim um conjunto impressionante de garrafas de danacol para combate do colesterol, com sabor a morango, em todas as malas e compartimentos do carro. A sétima é acumular todas as malas que já alguma vez tive na vida e estar num ponto em que não tenho mais sítios para as arrumar. A última que me lembro é fazer um som de porco quando gargalho a sério e haver sempre alguém que instantaneamente o comenta em voz alta.
*Tenho a sensação que com a história da roupa e dos iogurtes passo por pouco higiénica o que não corresponde, em nada, à verdade, pois sou uma rapariga muito limpinha, cheirosa e arrumadinha... mas também, quem liga? é insignificante também.
Estas coisas deixam-me banzada.
Então não li que o mocinho dos Marginais do Coppola e deste clássico que aqui vos deixo o clip está às portas da morte?! Literalmente. Segundo o Correio da Manhã (humm...) tem 5 semanas de vida. Cinco!
Eu nem sei o que fazia se algum médico se virasse para mim com esta notícia. Nem quero pensar nisso.
Mas não consigo deixar de pensar. O homem ainda é novo, pá. E tem uma doença terminal e galopante diagnosticada em Janeiro e a coisa é assim tão rápida?!
Eu tenho esta mania de negar evidências, ainda para mais quando mete mortalidade ao barulho, mas fiquei incomodada. Incomodada porque "quem está vivo tem de morrer", mas assim... a contar dias no calendário... e o último a aproximar-se... Que crueldade.
Até fiquei com vontade de revisitar o período mais kitch da minha vida até ao momento quando, há uns valentes 16 anos atrás, eu tinha gravado em VHS este filme (um nadinha tangoso) mas que me despertava inúmeras fantasias românticas e o visionava com as minhas amigas igualmente deslumbradas... E concerteza não só a mim porque aos 13/14 anos todos nós fomos um pouquito parvos. E pronto, lá fui eu ao you tube relembrar-me desta cena do Dirty Dancing que eu tentei, sem bons resultados, executar com o meu primo mais novo, nessa altura, pois que se fosse hoje mandava-me internar...
Eu sei que ainda não postei uma linha de jeito acerca do tema "mulheres e motas", mas este clima de atropelamento dos direitos adquiridos deixa-me...
- sem inspiração para certas coisas...
- solidária com qualquer classe profissional que, neste clima, de autismo governamental se queira fazer ouvir;
- com vontade de entrar em greve durante uma semana, pelo menos (mais vale receber pouco no fim do mês do que, qualquer dia, olhar para a carteira e não ver nada...);
- projectar-me daqui a dez anos, com o custo de vida a aumentar, e o ordenadinho igual a quando comecei a trabalhar precariamente num call center e com muito menos segurança, se tal for possível...
A manifestação de ontem deixa transparecer mais do que um mero protesto e ainda bem. Para a nossa consciência cívica foi um injecção de adrenalina. Por isso e por sermos tão complacentes é que a manifestação/marcha de ontem foi tão significativa e contundente. As pessoas estão a ficar impacientes, angustiadas e fartas! Com orgulho se viu uma mobilização espectacular de um grupo profissional que, sem dúvida, merece mais do governo. Mais respeito, mais abertura ao diálogo, mais dignidade, mais coerência, mais educação... no trato. A educação é, mais do que um valor, um acto que relaciona opinião pública, governo, sindicatos e indivíduos que profissionalmente são responsáveis, no fim, pela qualificação de recursos humanos do país.
Portugal teve tempo para desenvolver um sistema de ensino. O seu sistema de ensino. Mas não, este país tresanda de miscelâneas de modelos de educação importados e mal de realidades diferentes. A educação não é um assunto estanque. A educação reflete e é reflexo de áreas estruturais como a economia, a política e todo o tecido social. Em trinta anos ninguém pensou em projectar o país nas mudanças que o desenvolvimento de novas tecnologias da informação e alterações sócio-políticas mundiais faziam adivinhar... diásporas na Europa, conflitos mundiais, internet, economia!!!
Este país (que qualquer dia não é mesmo para velhos) contou com uma adversidade na sua vivência democrática tão recente e, hoje, tão desnorteada e frágil, essa perversa dialéctica entre PS e PSD que, como qualquer casal, se foi habituando à prevalência de um sob o outro e a uma rotatividade governamental previsível e cíclica. Diz o Jorge Palma que "a dependência é uma besta que dá cabo do desejo e a liberdade é uma maluca que sabe quanto vale um beijo". Pois é mesmo isso e a educação reflecte-o, dependentes um do outro para se afirmarem e habituados a "agora és tu, mas depois já sei que sou eu"... Reformas, reformas, reformas sempre e a mil à hora. E atenção, nesta situação de alcançar o santo graal (que seria a educação de excelência, quero eu acreditar), os professores e os alunos são as marionetas.
Eles e nós que pagamos impostos e estaremos para sempre, inevitavelmente dependentes do que daí resultar. Nem quanto ao papel do aluno alguma vez o conseguiram definir... trabalha-se por projecto, deixa-se a liberdade criativa aos meninos... não agora não, eles já não precisam de aprender a tabuada a decorar... vá agora vão ensinar aos meninos com desenhos e experiências da vida real... mais autonomia aos alunos... mais criatividade... menos responsabilidade... a culpa de serem irresponsáveis é dos professores... Opá, hoje em dia os professores são culpados de todos os males do mundo pela opinião pública. É excessivo e injusto. E a culpa nem é da "educação", não, a culpa é da falta de abertura ao consenso por parte do governo que, manda no Ministério e cuja ministra obedece a um projecto pré definido. Por isso, não concordo na principal reivindicação que ontem ecoou mesmo alto onde se pedia a demissão da ministra, somente porque ofusca a melhor solução, a meu ver, a revisão do estatuto do docente e o método de avaliação. Isto não se revolve a demitir a ministra para ficar tudo tipo pantâno, parado em stand by (como na Saúde) só para amainar os ânimos (que bonita a palavra amainar, deve ser dos meus genes piscatórios) com outro ministro/a a fazer tempo até às eleições para depois passar a batata quente ao próximo governo do outro partido que, por sua vez, prometerá nas eleições a "mudança" e nunca a concretizará defacto, mas com uns pozinhos e toques diferentes, cumpre o que estava e quem se lixa é a opinião pública que anda distraída e aborrecida com outros decretos que saem mais caladinhos e a que a nossa comunicação social não dá destaque e que colocam, classe profissional atrás de classe profissional, reformados e deficientes, as pessoas que investiram na sua formação, vocês, os vossos filhos, os vossos pais com uma qualidade de vida terceiro mundista, sem emprego ou saída profissional, hiper qualificada (!) para nada...
Essa massa humana constituída por todos nós divide-se hoje entre o considerar que os professores e os outros funcionários públicos são uma "elite" e aqueles que, como eu, consideram que deveriam servir de barómetro e argumento usado pelo Estado para padronizar ordenados e regalias sociais ao tecido económico e empresarial do país, elevando qualidade vida, protecção social e garantia das necessidades básicas dos indíviduos que o sustentam : alimentação, educação, integração, apoio social e emprego. Para todos. Todos aqueles que estão neste país, descontam ou trabalham, nascem ou morrem ( e já agora era tempo de redefinir o Estatuto de Exilado e adaptá-lo a 2008, não?!).
Um exemplo: enquanto andam os professores a reivindicar, aos outros funcionários públicos reviram as categorias, adaptaram-nas e baixaram as remunerações "reais" drasticamente. Aumentaram categorias a um nível surrealista, de modo a que ninguém consiga lá chegar em tempo útil de vida (em média, 140 anos para chegar ao escalão máximo e isto só durante os anos de trabalho. Para quem entrar é super revigorante, pois deve querer dizer que a média de vida aumentará, pelo menos, até aos 140 anos!). No fim de tudo, as subidas de esclão passam a estar dependentes de um sistema de avaliação muito recente: depende da classificação de serviço que é uma avaliação com cotas. Os excelentes, a nota máxima, estão condicionados a 5% por categoria. Esta notícia saiu pela comunicação social direitinha à opinião pública como se o importante fosse a subida remuneratória dos últimos escalões (a que quase ninguém vai chegar). O perverso é que às categorias mais baixas dos diversos escalões foi-lhes reduzida em cerca de 12% a remuneração. Isto é aumentar a qualidade de vida onde?!
Isto está escrito tudo corridinho e tenho a sensação saramaguiana de não ter colocado muitas vírgulas... paciência.