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Esta aldeiazinha virtual chamada blogosfera é um universo ambivalente, lá isso é.
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À partida reconhece-se o seu carácter dúbio e artificial, potenciado pelo anonimato garantido e tudo o que tal acarreta, desde a hiperbolização de um alter ego qualquer, à construção de uma imagem flexível e pseudo verdadeira que, duma base pessoal, pode abranger todo um universo social a partir de um pontinho qualquer no tempo/espaço dúbio (nós) e a possibilidade da sua multiplicação, fragmentando-se e abrangendo nesta esquizófrenia consciente, uma multiplicidade de gente (vocês todos).
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A mim, de um ponto de vista muito pessoal, a blogosfera potencia-me uma vertente existencialista que diariamente não poderia ser alimentada de outra forma. Existencialista porque me obriga a questionar e a recentrar-me no meu ego constantemente. Porque a partir do momento em que coloco um post on-line ou edito um comentário, me estou a afirmar enquanto um eu incorpóreo, apenas pensante. Passo a ser as palavras e a ideia retirada de cada uma. Sou uma leitura e passo a ter diversas interpretações possíveis porque cada um de vocês (e a maioria não conhece a minha cabeça no meu corpo, nem os meus pensamentos contextualizados na história da minha pessoa) vão daí retirando conclusões e construindo uma imagem da minha modesta pessoa.
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No fundo é muito mais do que a ideia esbatida, hermética (e estafada) que desde os anos 90 do século já passado tem mobilizado cientistas sociais e outros em análises sócio-antropológicas e investigações diversas num terreno pouco palpável de bits e de bites. Existirmos no mundo virtual nem sempre é um escape psico-social do mundo real. Pode ser uma extensão do mesmo e tão real como a realidade quotidiana, apenas não é a três dimensões.
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E o motor deste meu post qual é? Foi um mail que recebi do senhor ou da senhorita (não sei) de nick sushistick. Comentário lacónico esse que me pareceu apenas uma afirmação da sua existência entre milhares de outras aqui na aldeia da blogosfera. Achei-o simpático, ao comentário, achei-o afirmativo. Mas, entre um mail e um blog, simpático/a sushistick, há muita diferença. A primeira começa logo pela preservação da tua identidade on-line: ao comentares somente ao dono do blog, reclamas a unicidade da sua atenção e estás a destacar-te dos que comentam abertamente no blog: falas para mim directa e tão somente e isso vai contra a essência do blog, aberto a toda o universo de bloguesferianos e não só que o meu blog não discrimina e é, como está tão na moda, integrador e libertário. Depois também te preservas do facto das tuas palavras não estarem à mercê de qualquer comentário mais insidioso e isso não é justo (sim, porque no meu blog a justiça existe e é rápida).
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Assim, não te respondo para o teu e.mail, mas ofereço-te, em troca, meio post e lanço-te também um repto: anda cá e opina, vá lá! Dilui-te nos outros comentários e faz emergir dessa confusão essa potencial personalidade blogosferiana que pareces carregar. Eu cá estarei para te dar sempre a resposta contra-opinativa merecida a cada comentário deixado (com raras excepções por mera falta de tempo).
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E assim, desta forma que parecia vislumbrar ao princípio alguma profundidade que não teve no decorrer do post, me despeço desta semana passada e de vocês.