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Isto de se ter trinta anos e começar a pensar na vida não aconteceu assim do dia para a noite, ah pois não.
Este mergulho existencialista sempre existiu, mas tão virado para dentro foi para aí por volta dos 28, 29 mais ou menos.
Antes, a vida era uma alegre euforia de várias coisas para fazer. Para já discutia-se o virar do milénio e vozes mais apocalipticas bradavam que o mundo era desta que acabava. Isto do mundo acabar também depende muito do contexto: para os informáticos era aquele vírus marado que bloquearia os computadores pois as combinações binárias entrariam em parafuso pós 1999; para os fanáticos de múltiplas religiões estava escrito, nas entrelinhas de diversas obras de referência, que o planeta não passava para além de 2000; umas videntes até vieram à televisão partilhar com o país as suas razões... e eu também sempre acreditei na explicação que o meu pai me deu, para aí quando eu tinha 10 anos e lhe perguntei se o mundo algum dia acabava e que foi a brilhante e pragmática: "o mundo acaba todos os dias para as pessoas que morrem."
E pronto, uma pessoa era mais jovem e ´bora lá viver bem e rapidamente que isto de virar um século nunca me aconteceu antes e nunca se sabe...
E era a faculdade, a vida social tão hiper activa, os múltiplos e criativos hobbies, a luta socialmente empenhada por um mundo melhor e sem McDonalds, muita manif, muita noitada e ainda um part-time que dava um grande jeitinho para ter um dinheiro extra e me sentir muito independente.
Uma pessoa vê os trinta a aproximarem-se, com a faculdade acabadinha e mais uns extras académicos de parte, esfalfa-se para arranjar um emprego, mas daqueles que têm a ver com a área de formação (já agora!) em que se investiu (aos 30) mais de metade da vida e depois fica cansada...
Epá, é mais sem gás... tipo balão... um dia acorda-se e pertence-se ao sistema (I faught the law and the law won). E trabalha-se e compra-se uma casita (pequenina e em 3ª mão que isto aos 30 não dá para mais) e fica-se um bocado para a disquete formatada.
E penso eu, como nunca antes tinha tempo tempo para pensar: "Era isto que eu queria?"
Sinceramente não sei... Vou continuar a pensar aqui alto, pode ser que chegue a alguma ideia mais conclusiva.