A mulher de 30 anos não era nascida no 25 de Abril de 74; não ouviu radionovelas e não vibrou com o Festival da Canção. A mulher de 30 anos tropeçou em dois séculos e está aqui! Também opina, ainda não é anciã e agora é mãe

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Boa noite,Como a entendo.Uma coisa é fazer o "que ...
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Terça-feira, 3 de Março de 2009

O maravilhoso mundo do café e do croissant

e os diálogos surrealistas ali proferidos escondem, no fundo, no fundo, a verdadeira essência popular: entre outras coisas muito interessantes, alguma confusão, geográfica e histórica!

 

senhora encasacada, de voz rouca de fadista, mas muito afirmativa: "Isto está tudo em crise. Não é só cá."

 

[reparem, com uma frase se explica um conceito tão complexo como a globalização, isto é sabedoria também e não estou a brincar].

 

amiga, também cinquentona, mais mal encarada, mas igualmente afirmativa: "É no mundo todo, é de norte a sul [e aquela pérola do senso comum que nunca fica mal para reforçar uma ideia], ninguém sabe onde é que isto vai parar!"

 

diz a encasacada, motivada pela deixa anterior: "Atão, até já em Moçambique..."

 

intervala logo a outra, ávida para fazer notar a actualização do seu conhecimento: "Ah pois, mataram o savimbi! [e qual matraca, continua] nunca se aguentou lá ninguém à frente daquilo, os diamantes, é por causa dos diamantes!"

 

Bloqueei. Mentalmente tentei mater-me lúcida: "Ok: Angola-Savimbi-morto há uns anos; Nino Vieira-Guiné; Angola-diamantes; Guiné... pimenta...?"

publicado por amulherdetrintaanos às 20:41
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Terça-feira, 21 de Outubro de 2008

Um pormenor sem a mínima importância ou o momento da verdade global

 

 

 

Eu estou deveras interessada nos resultados das eleições nos E. U. por duas razões principais: a possibilidade do Barack Obama estar a um passo de se tornar o primeiro presidente do país com um potêncial simbólico muito relevante (nomeadamente para a história cultural do seu país), mas sobretudo no nível antropológico do desafio colocado aos americanos e uma oportunidade de examinar até que ponto a mudança de mentalidades avançou realmente desde os movimentos pelos direitos civis  do fim dos anos 50 do século passado.

 

O Obama segue na frente, assim consensualizam grande parte das sondagens norte-americanas. Sabendo que o maior opositor de MacCain, para além do candidato democrata, sempre deve ter sido o próprio MacCain, o facto de estar a fazer campanha com um terceto fantástico (de fantástico na acepção do Allan Poe: desordenador; “ao lado”; desconcertante; perturbador e por aí…) que o coloca entalado entre uma Pallin dogmática e um Bush obscuro (e todos nós estamos muito interesados em ver o homem por detrás do presidente, perceber a infância traumática e a adolescência inconsciente que um Oliver Stone, aparentemente amolecido pela idade, nos fará entender... pois).

 

A campanha em si mesma seria um fenómeno circunstancial; um novo ciclo na rotatividade polarizada entre dois mega-partidos num esquema eleitoral que propicia pouco mais do que a alternância ideológica. A tal se acresce um ciclo esgotado de administração de direita, que culmina com a crise de alta finança a estilhaçar a vida do cidadão comum em efeito dominó, radical e rendilhada com uma ideologia assente na “fobia”, pós 11 de Setembro, enquanto facto social total. A dicotomização do mundo, das ideologias e da cultura reconstruiu-se numa plenitude bushiana perigosa, responsável pela edificação de um novo muro, já não de betão, mas assente, desta vez, numa ideia básica de acção/reacção onde liminarmente está implícita a cisão de recursos energéticos, expedientes bélicos, recursos financeiros à escala planetária e onde a Razão foi substituída, novamente, por uma vaga teocracia (profana?) onde o Bem combate o Mal e onde as pessoas (e o mundo) são categorizadas segundo a sua religião, nacionalidade, etnia e língua. Essa ideia primária é categórica, exclui argumentos ou outras premissas, incluindo qualquer discussão intelectual. Quase como um retorno ao século XVII e às ideias puritanas, alicerces do “Novo Mundo”, remete-se para a “diferença” a impureza social e o perigo de contágio de uma ordem estabelecida; só que agora os novos índios são islâmicos (à excepção dos residentes na Arábia Saudita porque são islâmicos, mas também parceiros na parte dos recursos energéticos que se misturam com os financeiros). Não vale a pena ripostar e afirmar os Estados Unidos como uma federação de idiossincrasias, da qual emerge o presidente como síntese das mesmas, unificada pela mesma Constituição e uns rituais sazonais transversais aos 50 Estados, elementos principais de uma identidade pouco coerente e homogénea. Esse não é o seu principal problema.

 

Ou talvez seja no momento em que os anónimos cidadãos, nas suas diferenças, se acerquem sozinhos das urnas de voto. E as coisas, como elas são, não são nada do que parecem até esse momento. Porque os Estados Unidos possuem tantas clivagens culturais desde o Sul mais conservador até ao Norte mais liberal que, nesse permeio, há espaço para tudo. Isto que vou dizer não é politicamente correcto, mas é um facto. A maioria dos americanos comuns é como a maioria dos portugueses comuns; têm gerações de antecedentes culturais marcados pela xenofobia, pelo racismo. São assim. Nós tivemos um passado colonialista secular que, apesar de ser menos traumático do que a experiência do Apartheid na África do Sul, primou pela reprodução de uma ideia valorativa de raça onde se privilegiava notoriamente o colonialista e se remetia para a subserviência social e cultural o colonizado. E isto durou e reproduziu um fenómeno semelhante ao que regia as classes altas e o matrimónio: as pessoas casavam (e casam) dentro da sua rede social, nunca fora. Isto para dizer que lá no fundo, no fundo, bem no fundo, a maioria das pessoas ainda carrega vergonhosamente um resquício de racismo pouco racional e que não é assumido publicamente. A ideia da sociedade americana como cosmopolita e multicultural começa e termina

em Nova Iorque e cai por terra perante exportações lúdico-televisivas do género da Oprah Winfrey Show ou do Tyra Show, nichos de análise sociológica privilegiados e onde podemos constatar a persistência de um etnocentrismo caucasóide* e puritano a que várias etnias se tentam subordinar (?!). Ser negróide*, mongolóide* (da asiá, Mongólia, entenda-se) ou australóide* (aborígene, índio,...) nos E.U. esbarra com um preconceito enraizado, mas escondido. Por favor: há associações de pessoas que se auto designam de transétnicos- todos querem ser caucasóides à força, vá-se lá a saber porquê. uns odeiam o cabelo; outros o nariz; outros os olhos; outros simplesmente odeiam tudo em si, desde a cor, à forma como se sentem rotulados socialmente... A variável é sempre a mesma, todos querem mudar, com excepção dos caucasóides.

 

 

Assim, com muita apreensão da minha parte, creio que se corre um grande risco em assumir a vitória baraquiana antes do tempo porque entre um democrata cuja tónica assenta na contenção e na moderação: de gastos com o envio de tropas para o outro lado do mundo, com alguma política social interessante e um programa económico algo coerente e um republicano, réplica assustadora do anterior, reaccionário, cegamente moralista, com fraca verborreia, fraco passado intelectual ou político, feio e choninhas, as pessoas, perto da urna de voto, no seu cantinho, sozinhas com o dedo no botão, com o medo irracional da ameaça ao etnocentrismo da sua sociedade americana wasp (White Anglo-Saxon Protestant) marcada imperceptivelmente na sua mente acabarão por fazer aquilo que nunca pensaram, largar a hipocrisia e ser tão autênticas quanto o anonimato do acto lhes permite e, no fundo, no fundo, entre um caucasóide e um negróide, vão reflectir aquilo que a maioria carrega no seu lado mais obscuro, e pode muito bem acontecer que o MacCain ainda ganhe as eleições, não porque tem melhor programa, não porque fez melhor campanha, não porque as pessoas se revejam nele, não porque tenha ideias, não porque as pessoas não sintam uma sincera empatia pelo Obama, não, a ser, será simplesmente porque ele é branco e o outro não.

*

*

 

**Na abordagem antropológica à raça humana estas designações foram construídas numa perspectiva descritiva, não valorativa, tendo em consideração o estudo das variações físicas humanas no planeta terra consoante o clima e o meio ambiente.

 

sinto-me: muito atarefada, sorry!
publicado por amulherdetrintaanos às 21:29
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