A mulher de 30 anos não era nascida no 25 de Abril de 74; não ouviu radionovelas e não vibrou com o Festival da Canção. A mulher de 30 anos tropeçou em dois séculos e está aqui! Também opina, ainda não é anciã e agora é mãe

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Quinta-feira, 25 de Junho de 2009

O blog dos outros

famous blogger cartoon

Tenho uma costela voyeurista, apanágio de todos nós, mesmo daqueles que contra-argumentam. O paradigma da tvi, salva da bruma de más audiências após recurso à aquisição do formato big-brotheriano, serve de fundamento. Nem vale a pena dissertar sobre a efemeridade da ribalta e a relação psico-sócio-virtual estabelecida em tubo de ensaio entre os enjaulados e os voyeuristas que reformularam o conceito de directo televisivo e acenderam debates éticos. Hoje, restabelecida a ordem universal do espaço-tempo pela normalização da coisa, a distância permite fazer evoluir a discussão a outro nível. Para o comum dos mortais, contudo, prevaleceu uma ideia (peregrina, diga-se) associada ao mediatismo, rapidez e eficácia da facilidade de transformação de um qualquer anónimo em “figura pública” enquanto o diabo esfrega um olho, centralizando o mundo e a verdade do mesmo, temporariamente, nesse universo difuso.

 
Noutra dimensão paralela, que é aquela em que me lêem, abundam blogs concentrados neste princípio da velocidade mediática. À ideia dos 15 minutos de fama televisiva (que, diga-se, hoje em dia já foi experimentado por 75% dos habitantes do país) e aos democráticos you tube e face books sobrepõe-se uma nova profissão de sonho: ser conhecida/o (já não por 15 minutos, mas “para sempre”). Sem ser necessário curriculum, arte, engenho ou outra especialidade académica parece ser o futuro de sonho de muito adolescente neste mundo e no real. Visivelmente, por entre posts e posts, a aspiração vai sendo alimentada através de “figuras públicas” com uma notória projecção adolescente em seu torno.
 
Isto é fascinante porque nos diz bastante sobre as várias dinâmicas pós modernas em que mergulhámos democraticamente ao mesmo tempo que o resto do mundo ocidental e tecnológico e que vão contribuindo para uma construção da identidade deslocalizada de proximidade ou afectos para a idealização massiva de referentes globais.
 
Faz confusão a muitos a reformulação de valores intrinsecamente ligados a um princípio muito nobre, mas hoje em dia pouco eficaz, que primava pela ideia de que o sucesso advinha do esforço intelectual e braçal (esta uma linha de força de blogs de pessoas mais velhas do que eu).
 
Ao ler alguns posts de blogs de pessoas mais novas é evidente o descrédito dado ao futuro baseado em vários anos de estudo; constata-se que, muitos, experienciam de perto situações de precaridade laboral dos pais; para outros, a ordem natural do mundo é terminar o secundário e depois ver em que dá; nota-se também a ausência de perspectivação sobre futuros laborais positivos. Esta última é muito normal e também se passou comigo: aos 16 anos é um pouco ridículo escolher áreas estudo quando o futuro é um mundo de possibilidades e uma coisa que há-de chegar um dia, sabe-se lá quando.
 
 
Para desconstruir a ideia (que deve ser tão centenária como o castelo de são Jorge) de que “a juventude está perdida”, algo que acontece de 25 em 25 anos, ou seja, cada geração superior esmaga com este dogma derrotista a que lhe antecede, apetece-me referir a constatação de que há blogs muito interessantes alimentados por pessoas pequeninas. E vejam lá que até pensam (!) e racionalizam coisas e avançam explicações e sustentam-nas. Alguns escrevem mesmo muito bem (para pessoa pequena com vocabulário de quem já leu algumas coisas) e deviam ser lidos por pais, pois fornecem mais material para compreensão do estado adolescente do que muito calhamaço secante, com a vantagem de serem grátis.
 
Nesse universo de blogs adolescentes constatei uma evidência (para além de que o mundo não estará perdido): observações sobre o mundo em geral muito interessantes, umas mais poéticas, outras mais intimistas, outras em tom de ensaio, outras telegráficas, análises e evidências quotidianas pertinentes e que a maioria dos blogs das pessoas adultas parece bloquear por excesso de auto-centração. Isso é uma coisa que nos primeiros dá equilíbrio ao quotidiano que os alimenta e afasta-os da mediocridade.
 
Isto vai imediatamente no seguimento de outra constatação pós viagem, pequena, na blogosfera: convenhamos, há por aí blogs básicos muito presunçosos que facilmente patenteiam características ruinosas a outros, avançando juízos de valor sobre as pseudo-pretensões dos autores com base num critério próprio que, se faz sentido no seu blog, nada tem a ver com o de outros (outras pessoas, diferentes de si) e que, no fim, acaba por ser uma arremetida mesquinha, subjectiva e sem sentido e que tem notoriamente associada a infantil premissa de “o meu blog é melhor do que o teu!”. O que isto tem de ridículo é ser gerador dos mais variados feed backs, ser alimentado por um grupo de “guardiões” blogueiros que tomam as dores dos atingidos e serem visionados por centenas de almas que não se pronunciam, outras que se pronunciam, mas com erros ortográficos, outros que se pronunciam e são apelidados de cobardes porque não colocam nome (?!) numa espécie de bola de neve, fugaz.
 
Na natureza destas relações estão subjacentes características e problemas (alguns até acho que mentais) pessoais e intransmissíveis. Seria possível, num qualquer tipo de estudo de caso, limitar um universo de blogs e as suas redes e tentar classificar tipologias de pessoas. Não sei se foi por ter visto “A Onda” há pouco tempo, mas estariam nesse grupo blogueiro decerto que um tímido, um invejoso, um ou dois com a auto-estima em baixo, outros tantos com ela demasiado em cima, um bonzinho, a ninfomaníaca, três ou quatro apaziguadores, dois ou três líderes, um rezingão, uns quantos avarentos, outros tantos chatos, um paternal, outra maternal, a má, o psicótico, a religiosa e por aí adiante.
 
Tudo isto para dizer que percebi que quem perde tempo a escrever e a nutrir uma coisa deste tipo até pode ter aspirações comerciais (aparentemente a discussão actual versa sobre a edição em livro de um blog conhecido- e eu com isso?!), partidárias, religiosas, sociais ou outras, essa não é de todo a motivação principal e, apesar dela não estar lá escrita, eu induzi que deve ter a ver com a liberdade de dizer o que se pretende sem o esforço de fazê-lo na primeira pessoa (porque aqui somos sempre a nossa segunda pessoa, aquela que ninguém e toda a gente conhece) porque há coisas que não são para explicar e são simplesmente para serem ditas e porque, ao fazê-lo, ficamos muito mais leves e ninguém nos vem pedir explicações e nem o que dissemos contribui para alterar a imagem que os outros têm da nossa 1ª pessoa. A linha ténue que leva ao conflito blogosferiano tem a ver com a sobreposição dessa 2ª pessoa à 1ª, tenho quase a certeza, mas ainda vou perguntar a uma amiga psicológa. Se eu e muita gente não temos paciência para a discussão sobre o vazio (excepto alguns temas subjectivamente considerados “interessantes”) como é que conflitos centrados em pretensões e motivações alheias, de pessoas que verdadeiramente não conhecemos, movem dias e dias de discussões, acusações, insultos e outras barbaridades?
 
A minha viagem prospectiva na blogosfera acaba aqui e fico-me pelos links descritos ao lado e outros poucos que costumo visitar. É que, decididamente, não tenho tempo nem paciência para afastar o muito trigo que é preciso para se chegar a um blog que se diga “sim, senhor”, mas quem tiver paciência, persistam, eles existem com certeza porque este 2º mundo, à semelhança do 1º, também é muitoooo grande.
 

*Também nunca percebi aquelas pessoas que chegam ao blog alheio e desatam a injuriar o dono; isso e aqueles que nunca comentaram, mas que que por um distúrbio psicológico qualquer desatam a escrever posts, insultando um qualquer blog movidos apenas por um ódio de estimação inexplicável...

publicado por amulherdetrintaanos às 21:51
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Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008

Nota solta sobre o que se anda a fazer aqui

Esta aldeiazinha virtual chamada blogosfera é um universo ambivalente, lá isso é.

*

À partida reconhece-se o seu carácter dúbio e artificial, potenciado pelo anonimato garantido e tudo o que tal acarreta, desde a hiperbolização de um alter ego qualquer, à construção de uma imagem flexível e pseudo verdadeira que, duma base pessoal, pode abranger todo um universo social a partir de um pontinho qualquer no tempo/espaço dúbio (nós) e a possibilidade da sua multiplicação, fragmentando-se e abrangendo nesta esquizófrenia consciente, uma multiplicidade de gente (vocês todos).

*

A mim, de um ponto de vista muito pessoal, a blogosfera potencia-me uma vertente existencialista que diariamente não poderia ser alimentada de outra forma. Existencialista porque me obriga a questionar e a recentrar-me no meu ego constantemente. Porque a partir do momento em que coloco um post on-line ou edito um comentário, me estou a afirmar enquanto um eu incorpóreo, apenas pensante. Passo a ser as palavras e a ideia retirada de cada uma. Sou uma leitura e passo a ter diversas interpretações possíveis porque cada um de vocês (e a maioria não conhece a minha cabeça no meu corpo, nem os meus pensamentos contextualizados na história da minha pessoa) vão daí retirando conclusões e construindo uma imagem da minha modesta pessoa.

*

No fundo é muito mais do que a ideia esbatida, hermética (e estafada) que desde os anos 90 do século já passado tem mobilizado cientistas sociais e outros em análises sócio-antropológicas e investigações diversas num terreno pouco palpável de bits e de bites. Existirmos no mundo virtual nem sempre é um escape psico-social do mundo real. Pode ser uma extensão do mesmo e tão real como a realidade quotidiana, apenas não é a três dimensões.

*

E o motor deste meu post qual é? Foi um mail que recebi do senhor ou da senhorita (não sei) de nick sushistick. Comentário lacónico esse que me pareceu apenas uma afirmação da sua existência entre milhares de outras aqui na aldeia da blogosfera. Achei-o simpático, ao comentário, achei-o afirmativo. Mas, entre um mail e um blog, simpático/a sushistick, há muita diferença. A primeira começa logo pela preservação da tua identidade on-line: ao comentares somente ao dono do blog, reclamas a unicidade da sua atenção e estás a destacar-te dos que comentam abertamente no blog: falas para mim directa e tão somente e isso vai contra a essência do blog, aberto a toda o universo de bloguesferianos e não só que o meu blog não discrimina e é, como está tão na moda, integrador e libertário. Depois também te preservas do facto das tuas palavras não estarem à mercê de qualquer comentário mais insidioso e isso não é justo (sim, porque no meu blog a justiça existe e é rápida).

*

Assim, não te respondo para o teu e.mail, mas ofereço-te, em troca, meio post e lanço-te também um repto: anda cá e opina, vá lá! Dilui-te nos outros comentários e faz emergir dessa confusão essa potencial personalidade blogosferiana que pareces carregar. Eu cá estarei para te dar sempre a resposta contra-opinativa merecida a cada comentário deixado (com raras excepções por mera falta de tempo).

*

E assim, desta forma que parecia vislumbrar ao princípio alguma profundidade que não teve no decorrer do post, me despeço desta semana passada e de vocês.

publicado por amulherdetrintaanos às 19:20
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