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Em conversa esparvoada com uma amiga mais trintona do que eu acabámos a categorizar o género feminino trintonesco com base nas suas expectativas amoroso-relacionais. Conteúdos herméticos e ponto final.
Isto porque a conversa era entre nós e não alargada a outras opiniões.
A nossa conversa é uma verdade absoluta e, nessa forma espácio-temporal muito bem localizada num café com lugar para fumadores, subjectiva e dogmática... cá vai...
Existem trintonas românticas...
Portadoras de uma interioridade simplória intrínseca, rural, regional ou urbana, tanto faz. Vivem num mundo à parte. Desconhecem completamente a natureza humana. Acreditam que hão-de encontrar um homem que assolapadamente por elas se apaixone; de tudo abdique e que viva só para elas. Há-de ser pirosamente romântico e tomá-las com a importância do ar que respira. Terão vários filhos e serão felizes para sempre. Pelo meio lêem na casa de banho e escondidas os livros da colecção Bianca e choram sentadas na sanita perante tamanhas desventuras e desencontros amorosos, sentindo-se bem consigo próprias porque têm ou hão-de viver uma história semelhante. Falam à bébé com o seu namorado/marido/amante e congratulam-se se ele lhes paga nem que seja um café na tasca da esquina. Neste sentido são hiperpositivas porque equivalem esse acto a uma viagem surpresa a Paris.
Resultado: geralmente colam a imagem desse arquétipo ao primeiro grunho que lhes aparece e ninguém as demove daquilo. Deixam de falar com as amigas porque nalgum tempo da história amorosa elas opinaram depreciativamente sobre a criatura e dedicam-se apenas ao lar e ao seu homem, vivendo para ele 99% do tempo. São as mais prováveis vítimas de violência doméstica.
Depois existem aquelas trintonas mais pragmáticas...
Um homem é um homem, uma mulher é uma mulher. Se se é heterossexual é-se. Se se gosta de mulheres, gosta-se e se os dois géneros são atractivos são, porque são. É tudo muito claro. As pragmáticas já se definiram como mulheres e se têm dúvidas não as verbalizam. Têm uma ideia muito consolidada de si próprias e já definiram, com antecedência, o que pretendem numa relação. Não são dadas a actos românticos e odeiam musicais. Não percebem a transformação interior que o capitão Von Trapp sofreu por causa da Maria e vomitam perante a harmonia familiar musical do Edelweiss cantado em conjunto.
Resultado: São mandonas e muito independentes e geralmente só um romântic@ completamente apaixonado e passiv@ as atura. Não fazem concessões nenhumas e as coisas são sempre aquilo que são e elas é que sabem. A última palavra é sempre sua. São as mais prováveis perpretoras de violência doméstica sobre o parceiro.
Ainda existem as trintonas resignadas...
São parecidas com as românticas, mas muitooo mais tímidas. E inseguras também. Tão inseguras que só aos 25 perderam a virgindade, se é que a perderam. Têm vergonha do seu corpo, questionam o seu q.i. e invejam todas as suas amigas. Auto-confiança é palavra que desconhecem. Encontram defeitos nos sítios mais recônditos do seu corpo, da sua casa, da sua infãncia. Gostam de falar dos seus traumas e acreditam na regressão. Têm um poster do Tom Cruise no filme Coktail e compram todos os cds do Bryan Adams. Choram a ver o programa da Oprah e choram porque são infelizes e não têm um homem que as ame como elas são. Nenhum as atura por muito tempo perante tamanhas banhadas de depressão, aí viram-se para os chat neteiros e para jogos virtuais tipo Second Life.
Resultado: Potenciais solteironas na acepção mais clássica do termo. Regorzijar-se-ão com a vida das primas, amigas, irmãs porque têm medo de viver a sua. São as mais prováveis candidatas ao programa “senhor-doutor-socorro-que-sou-pobrezinha-e-insegura-pertenço-ao-sistema-nacional-de-saúde-que-nem-dentista-tem-e-não-tenho-dinheiro-para-gastar-sem-razão-aparente-e-preciso-de-ajuda”.
E depois existem também... achámos nós, as trintonas desprendidas...
Aqui há notoriamente dois subgrupos: as super alegres, giras e frescas, fashion e socialmente muito, mas mesmo muito activas. Ou então, tão sérias quanto intelectualmente estimulantes, que são senhoras do seu nariz e criaram a sua própria onda fashion, muito politizadas e com ideologias muito firmadas. Para ambos os grupos um@ parceiro@ e uma relação não é algo a que se aspire, acontece naturalmente. O mundo é o seu limite, seja no hi5, seja numa conferência sobre markismo dialéctico, se a sua retina se expande perante alguém, fazem-se à vida. O seu lema é, mais ou menos, este “uma relação liberal é que é bué normal ”. Não falam à bébé com a sua cara metade e nunca lhes passaria pela cabeça perguntar quinhetas vezes ao desgraçado "Amas-me? Mas amas-me mesmo? Quanto? Quanto? Diz lá... Daqui à lua ou ao até ao infinito? À lua? Só?! Buahhhh... Não gostas de mim!!!". Não, desprendida que é desprendida não se apoquenta com isso. Pergunta logo e pronto.
Resultado: são as mais óbvias presas de uma assolapada paixão, mas conseguem permanecer muito equilibradas no meio dela. Resistem até à exaustão e odeiam os homens a que as românticas aspiram. Têm o muito demarcada a fronteira entre a sua relação e a existência de si próprias dentro e fora dela. Foram eleitas nesta subjectiva categoriazação como as mais saudáveis e porquê. porque não se anulam, diluindo-se.
Esta listagem é ficcionada e qualquer semelhança com a vossa realidade é pura coincidência. Por isso, e só por isso, não me venham depois chatear se se revirem nalguma categoria...