A mulher de 30 anos não era nascida no 25 de Abril de 74; não ouviu radionovelas e não vibrou com o Festival da Canção. A mulher de 30 anos tropeçou em dois séculos e está aqui! Também opina, ainda não é anciã e agora é mãe

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Boa noite,Como a entendo.Uma coisa é fazer o "que ...
É tão giro encontrarmos desenhos antigos, retratam...
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Sexta-feira, 10 de Outubro de 2008

O Outono sucks!

 

 

 

 

E quem disse que o Outono era uma estação agradável? Quem se chega à frente para dizer que o Outono dá vitalidade? E alegria? E energia? Se em Setembro uma pessoa ainda se aguenta, em Outubro é uma derrapagem rápida e mortificante em direcção ao frio. E nem as reminiscências da escola primária, quando se evocavam as tradições outonais das vindimas, das castanhas, da queda das folhas ou da chuva, salvam hoje esta estação bipolar.

 
E aqui nem sequer faz muito frio. Fará se fizesse.
 
Há lá coisa mais deprimente do que ver o sol, doente e fraquinho, por um canudo ou por uma janela mal projectada de um prédio mal construído, na melhor das hipóteses?
 
E as pessoas ficam feias**, macilentas e com o cabelo oleoso. Ah, pois. A higiene pessoal está muito dependente das estações do ano: se calorzinho costuma rimar com banhinho; o frio não rima com água, de certeza. Eu sei o que digo. Ontem fui a um hipermercado ao fim do dia e nem uma pessoa bonita a cheirar a essências florais. Nada. Tudo feio, de cara feia, de humor feio e inodoros na melhor das hipóteses. Culpo o Outono, à falta de melhor.
 
É certo que algumas pessoas poderão estar a sentir o efeito psicológico retardado que o clima de crise económica transatlântica tem provocado no espírito despreocupado e adolescente dos portugueses, em geral. Outros certamente adoptam um ar cinzentão de forma consciente, de modo a passar despercebidos face à ameaça invisível do carjacking: se sou feio e maltrapilho passo desapercebido, logo incólume. Outros ainda sofrerão de vários males da pós-modernidade ocidental: o antigo “esgotamento nervoso” que hoje mudou de nome; úlceras no estômago devido ao stress; enxaquecas agonizantes devido à exposição excessiva às radiações do pc (ou isso era um mito do tempo das televisões a p/b?); outros ainda tenderão a agonizar com torcicolos terríveis devido ao efeito “ombro-subido-pescoço-descaído” na ausência de mãos livres para falar ao telemóvel.
 
E as pessoas feias gritam. E quando não gritam, grunhem. Não se diz “boa tarde”, saliva-se um mirrado “batard" com os interlocutores de ocasião e um olhar fulminante a outros, os que nos empurram sem querer, os que roubam o nosso lugar no estacionamento. Dá coisas interessantes como o homem que perseguiu uma amiga minha durante 10 km porque ela lhe passou à frente numa rotunda…
 
O pior é que a necessidade inata de descarregar frustrações pessoais em pessoas alheias escolhe sempre a vítima ainda mais desgraçada que nós, numa variante de “com os da tua altura não te metes!”. Normalmente as vítimas de ocasião são liliputianas na comparação subjectiva: os mais feios que eles, os mais descorados, os mais pobres, os mais pequenos. Todos nós já assistimos àquelas cenas da vida mundana em que uma mãe exaltada esbofeteia um descendente menor. A maior parte das vezes, nem percebemos a razão e somos tão assustados como o petiz, vítima de uma mão gigante e traiçoeira. Ora, ontem e no parque de estacionamento do dito hipermercado, uma mulher feia, cinzenta e despenteada largou seu rebento no tal parque enquanto falava com uma congénere, a criança andou, andou e foi para o meio da microestrada; a mulher feia, absorta na converseta, nem reparou; quando um carro apitou e ela olhou para o infante foi instantaneamente imbuída de uma tão grande sensação de dever parental que agarrou a criança pelo braço, puxou-a para si (isto tudo num milésimo de segundo) e deu-lhe vários açoites numa espécie de catarse compulsiva. Vulgo, não o correu do meio da estrada ao pontapé, mas quase. E o pobre Oliver Twist sempre de boca aberta de susto, sem reacção para duas tão grandes ameaças nesse curto espaço de tempo, não tugiu, nem mugiu.
 
Assim se reproduzem as pessoas cinzentas, feias e macilentas durante o Outono e, aposto, também no resto do ano. Tenho a impressão que a lição de bode expiatório que o pequeno assimilou não foi a primeira. De certeza que quando chegar a casa a mãe o vai deixar comer, em frente ao televisor, um pacote de batatas fritas e um hambúrguer com muito ketchup, enquanto lhe liga a playstation e se desculpa para o marido, alheado e cinzento, sobre as “patifarias” que o petiz faz e que a tiram do sério.
 
Entre portugueses endividados, portugueses sem dívidas e sem dinheiro, portugueses tristes porque não bebem frize nem outra coisa qualquer, portugueses muito ricos mas que nós não os vemos porque estão a jogar golfe na Aroeira ou no Algarve ou a viver em condomínios muito fechados, as pessoas esquecem-se, algures no tortuoso caminho que vai desde o último ordenado até ao fim do mês, de dar a mão aos filhos, de cheirar a terra molhada, de abrir a boca e deixar entrar os chuviscos, de engraxar os sapatos; de tirar os borbotos às camisolas, de se pentear, de rir, de serem simpáticas.
 
Magotes de gente por aí e são todos uma seca de tão secos que são. Secos como o Outono e nesta estação isso irrita-me ainda mais.
 
 
 
 **A deformidade do corpo não afeia uma bela alma, mas a formosura da alma reflecte-se no corpo. 
Não fui eu que disse foi o Séneca. 
 
 
publicado por amulherdetrintaanos às 21:46
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De 1/3 segundos a 11 de Outubro de 2008 às 00:37
Vou oPinar certamente!
Meu deus, que má disposição!! Já não deves sair de casa há uns tempos, porque este ano o Outono tem sido absolutamente fantástico.
O verão ainda não deixou saudades....
De amulherdetrintaanos a 13 de Outubro de 2008 às 22:25
Se bem que às vezes aspirasse a umas temporadas eremitas, tenho realmente saído de casa todos os diazinhos da semana, mas não sou só eu que ando blue. O problema é são os outros... humor insuportável e outono... não consigo desfazer a relação...
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