A mulher de 30 anos não era nascida no 25 de Abril de 74; não ouviu radionovelas e não vibrou com o Festival da Canção. A mulher de 30 anos tropeçou em dois séculos e está aqui! Também opina, ainda não é anciã e agora é mãe

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Boa noite,Como a entendo.Uma coisa é fazer o "que ...
É tão giro encontrarmos desenhos antigos, retratam...
Compreendo perfeitamente! É tão difícil deixá-los ...
Quinta-feira, 19 de Junho de 2008

Mudasti!!! Mudasti!!!

 

Não consigo deixar de me espantar com a plácida rapidez com que todos nós, humanos, nos adaptamos às mudanças, aparentemente, ténues da sociedade que conhecemos.
 
Como introdução, uma frase da minha progenitora, a propósito do comboio da Ponte 25 de Abril: “bem… se o meu pai voltasse ao mundo, aqui e agora, nem acreditava na transformação que isto teve!”. Acreditar, até acreditava, pois se o comboio é uma evidência, bastar-lhe-ia entrar e passar a ponte na ferrovia para constatar que sim, um comboio andava na ponte. Mas a ideia não era essa. A ideia principal era a impossibilidade de ser inteligível para alguém, arredado deste mundo há décadas, as transformações estruturais da sociedade e, dentro dela, as novas nuances de códigos, sinaléticas, significados e propósitos que radicalmente haviam alterado o seu modo de ver e existir na parte do mundo que era sua por direito: o seu quotidiano.
 
A mudança ocorre e é inevitável, mas reveste-se de uma característica conceptual única: passa por nós e não a conseguimos intuir como uma mudança estrutural; como o fim de algo ou a sua incondicional substituição.
 
Quando eu era mesmo muito pequena e acompanhava os meus pais ao banco, o único da nossa terra, o Banco Nacional Ultramarino, nunca imaginei sequer que o ritual que se seguia ao momento de entrar por aquela porta maciça envidraçada alguma vez seria diferente. Ir ao banco era aquilo: entrar, pedir umas fichinhas numeradas que davam aos clientes e siginificavam os primórdios da impessoalidade do sector terciário e esperar de pé, entre uma multidão que enchia todo o espaço, que chamassem, alto e a bom som, o nosso número. Essas fichas plásticas, redondas e verdes, cujo número ditava o tempo da espera para o atendimento, pareciam-me tão reais e constantes na vida como o facto da Barbie Ginástica ser a mais desenxabida de todas: nada faria mudar isso. E enquanto aguardavam, algumas pessoas fumavam perto de uns cinzeiros cromados e limpíssimos, outras estavam sentadas em sofás fofos e de pele, numa época em que sofá fofo e de pele era, para mim, sinónimo de local público, banco ou consultório médico, pois que o sofá lá de casa era duro, verde e tentava deficientemente imitar veludo cote lã. As crianças aguardavam, mais ou menos, pacientemente, desenhando nos impressos duplos ou triplos, já não sei, que serviam para depósitos e afins. E depois o senhor do balcão gritava o número e, se fosse o nosso, era espectacular pois eu tinha direito a ser sentada no balcão e o simpático bancário ainda me dava mais impressos e, às vezes, uma esferográfica. Depois vieram os cartões multibanco e as caixas atm, saíram os sofás e ostracizaram-se os cinzeiros; apareceram cada vez mais bancos e reduziram-se os simpáticos balconistas bancários e nunca mais nada foi igual até ao dia em que se deixou de ir ao banco.
 
Esta minha reminiscência, prosaica e subjectiva, serve para exemplificar a constatação de que a mudança, sendo um conceito, só existe como facto registado no nosso cérebro, anos após os seus efeitos se terem feito sentir na dinâmica da nossa vida quotidiana. Na distância do tempo que apela à memória; depois do antes e antes do depois, nós identificamos alterações e só muito tempo após concebemos que essas variações, aparentemente tão inócuas, que se deixavam perceber pontualmente em algo aparentemente tão comezinho como as nossas rotinas, todas juntas representavam o fim de um estilo de vida e a imposição de um novo. No meio, nós só constatamos como as coisas mudam, nunca a mudança.
 
Ocorreu-me esta ideia perante a constatação de um idoso (ou sénior, como agora sociologicamente fica bem designar) sobre a impossibilidade actual de se deslocar a sítios públicos para resolver problemas práticos como sempre fez. Hoje não podemos assentar praça num balcão da EDP, só existe call-center. Já não se vai ao banco para nada: tem-se o nº verde para o atendimento directo ou on-line. Já não existem passes sociais: aqui existe o sete colinas, noutros sítios o andante, recarregáveis numas máquinas computorizadas. Já não perguntamos informações: as pessoas foram substituídas por um painel electrónico inteligente que, mediunicamente, nos responde às questões que elaboramos mentalmente. Fazemos compras on-line e pagamos sem mexer em dinheiro. Mesmo se formos ao hipermercado, podemos optar por registar as nossas próprias compras, as caixas ou balconistas são profissões em extinção, tal como já o foram os calafates e os ferreiros. Na rua ou noutro espaço semi-privado ou semi-público, como uma estação de comboios, temos toda a informação que nos permite a utilização codificada e sabemos, quase de forma automática, descodificá-la: sabemos os sinais de trânsito, a leitura a extrair de amontoados de setas e diagramas, bonecos estilizados e palavras curtas directivas; sabemos as cores da reciclagem e corremos para pagar o parquímetro como se isso fosse a coisa mais inata de todas.
 
Ora se pararmos a falar com o tal idoso/sénior percebemos que se move quase tão bem como um jovem adulto por entre os novos códigos e linguagens da pós-modernidade. Pode falhar-lhe a parte do acesso on-line ao banco ou às compras; mas não lhe falha a apreensão e utilização de todas as outras, telemóvel incluído.
 
A bem dizer hoje já nem se devia falar de sector terciário; devíamos adequar a noção, na senda da liberalização económica selvagem que reformulou conceitos como o trabalho e vidas como as dos desempregados que aumentam, aos efeitos globais e usar a noção, há muito proposta, de sector tecnológico para pensarmos melhor as influências e as dinâmicas propiciadas pela emergência de novas formas de serviços e comércio na órbita das novas tecnologias: uma espécie de terciário, mas sem pessoas, cuja interacção se elabora na relação entre a distância relativa e a proximidade absoluta proporcionada pelas novas formas de comunicação global.
 
Esta questão não me tira o sono. As formas e os quotidianos utilitários mudam. Vão sempre existir pessoas. Essa é uma ideia reconfortante. E de entre essas pessoas, algumas descobrirão outros locais públicos e reinventarão, pelo uso, o conceito de espaço. De uma forma quase parola faz-me pena a não valorização das pequenas-grandes-insignificâncias dos dias; não existir hoje reverência aos pequenos gestos quotidianos; deixar extinguir aquela sensação de pertença com a senhora balconista do serviço x ou y. Torna-me ansiosa pensar que a D. Jaquina da mercearia da rua atrás da minha possa fechar por falta de competitividade e não haver ninguém que substitua o facto de me escolherem, apenas por simpatia, as bolas de pão melhor cozidas. Apesar de saber que a mudança se anuncia só com qualidades: maior racionalização do tempo; atendimento mais eficaz; impessoalidade padronizada como sinónimo de competência, faz-me pena perder a parte humanamente acessória de tudo isso e não existir, para mim, argumento socio-económico que a consiga algum dia substituir.
 
publicado por amulherdetrintaanos às 23:05
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Terça-feira, 17 de Junho de 2008

Leituras e chá ou leituras e bolos

daqui

Quando, ao facto do meu computador caseiro ficar progressivamente mais lento, se acresce uma falta de tempo grande em consequência de dias e dias de trabalho pensante, mas não menos árduo, não consigo postar como se nada fosse. E mais... agora que descobri uma nova autora de policiais não descanso enquanto não terminar o seu segundo e último livro traduzido, encontrando-me já a pensar em encomendar uns originais em inglês... Chá e livros, portanto...

 

Para mais a lentidão do aparelho enerva-me e, apesar de já ter consulta marcada com aquelas pesssoas que são os novos poderosos do mundo: os informáticos, não consigo levar menos de 1 hora para abrir qualquer programa. Assim, cheira-me que isto vai andar escasso de posts até à próxima semana... mas dias melhores virão!

 

Deixo-vos este link maravilha para um site deveras espectacular que descobri enquanto alimentava o meu fascínio por ilustrações...

 

 

publicado por amulherdetrintaanos às 10:47
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Quinta-feira, 12 de Junho de 2008

Dia não

 

 Eu não fui ao Rock in Rio.

 

Eu não vi os jogos da selecção.

 

Eu não fui ver o Sexo e a Cidade.

 

Eu não tenho a bandeira nacional à janela.

 

Eu ontem não corri alarmada para as bombas gasolineiras da região onde habito.

 

Em contrapartida…

 

Eu tenho o carro na reserva e não encontro hoje estação de serviço sem 500 carros à espera num raio de 30 quilómetros e já se me assoma ao pensamento ir comprar uma bicicleta baratinha para me deslocar para o emprego.

 

Eu já fui à praia, mergulhei e comi caracóis.

 

Eu finalmente já fui à Feira do Livro. Eu ontem não corri para o super e, muito menos, para o hipermercado aqui da terrinha e fiquei contente, pois comprovei que não sou pessoa alarmista, apenas previdente, pois contei, esgueirada na minha porta da despensa, quantos pacotinhos de arroz cigala-que-se-faz-no-micro-ondas-num-minuto e as empilhadas latas de atum tinha e não pensei mais nisso.

 

E para momentos de alienação desta esquizofrenia bipolar lusitana que tão depressa se lamuria da desdita socio-económica do país, como, de repente, desata a gritar, qual doente com Tourette, "VIVA, VIVA!!! PORTUGALI! PORTUGALI! O EURO È NOSSO!" (era bom era que o euro fosse nosso, era! que chutássemos na inflação e na taxa de juro com um belo dum remate certeiro e duradouro...). Mas, enfim, para os tais momentos de alienação eu não recorro à confraternização colectiva de associada da selecção, mas a uma das minhas aquisições livreiras: uma espectacular nova abordagem ao estilo policial cuja história nos remete constantemente para a memória dos protagonistas, com um detective como eles devem ser, cheio de idiossincrasias e memórias recalcadas, mas estiloso q.b…. Apesar das muitas referências só memoráveis para quem tem, de facto, memória e é norte-americano de berço, a tradução está excelente e dá-nos os esclarecimentos necessários. Não consigo parar de ler, ontem adormeci passava das quatro e hoje mal posso esperar para  acabá-lo… Se não fosse tão certinha e crescida (e com casa para pagar) tinha ficado em casa e já sabia o fim da história!

 

Até vos recomendo, apesar de não ter comissão.

What the Dead Know

 

Só um contra: vê-se mesmo que foi editado numa manobra de marketting aproveitadora do desaparecimento mediático de Lagos, o que é sempre, no minímo irritante e muito pedante da parte do cérebro editorial, mas pronto... não resisto a uma narrativa policial.

 

 

 

Editado pela Gótica e com a tradução portuguesa "Só os Mortos Sabem..." A capa é igual.

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publicado por amulherdetrintaanos às 22:31
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Terça-feira, 3 de Junho de 2008

Delírios provocados pelo excesso de calor do dia de hoje

"Ando que nem posso", como dizem as mulheres de sessenta anos e não só.

 

Chega esta altura do ano e cheira-me a Primavera. Eu sei que é difícil, pois com tanta chuva, às vezes, também me cheira a terra molhada, principalmente quando passo por algum descampado (que isto com tanto cimento até confunde a memória olfactiva) e parece que é Outono, outra vez. Uma pessoa fica confusa, constipada, obstipada, branca da constipação, veste mais roupa do que é habitual e farta-se de tanta roupa de uma meia estação que não desencalha.

 

Ó clima amigo, anda lá com isso, dá um jeitinho ao anticiclone do Açores que anda confundido e coloca-o no sítio certo só para ver se consigo experimentar o desgraçado biquini por estrear!

 

E hoje até esteve sol. E eu andava com um duas camisas. E não tirei a segunda, pois a primeira deixava antever o meu tímido umbigo e uma pessoa está a trabalhar e não se sente profissional de top, pelo menos eu não. E foi assim que perdi cerca de 200 calorias sem me mexer.

 

 

A meio da tarde e fartinha de beber água... começou-me a cheirar a férias... Mas não eram as minhas.

 

E pronto daqui para a frente é só happenings ritualizados aos quais sou muito apegada e que fazem a contagem final até eu me por a andar daqui... para bem longe.

 

Pena é que o "bem longe" hoje em dia seja muito relativo. Eu, que até sou uma pessoa economicamente ginasticada e que consigo fazer milagres com pouco, ando a ver as férias a descambar de cavalo até ao pónei (mais pequeno que o burro, entenda-se). Com tantos aumentos qualquer dia nem os nossos périplos automobilísticos ou motoqueiros por este continente adentro conseguimos fazer e ficamos por Espanha onde os combustíveis são baratos e os parques de campismo limpinhos. Uma tristeza!

 

Triste também é esta condição de habitarmos quase dentro do Oceano e só fazermos fronteira com um país. Sorte aqueles europeus que fazem fronteira com três ou quatro países e que chegam de viatura própria ao "estrangeiro" que quiserem e não só a Espanha. O que a minha pessoa pena para sair de Espanha e entrar no "estrangeiro"... Pois existem as low costs, é verdade. E por isso é que, a partir de hoje, está aberta a nossa época doméstica de experimentar simulações de destinos!

 

E o meu happening de abertura da época estival começa já com a Feira do Livro! Podia ser um festival de verão, podia ser um cocktail, podia ser outra coisa qualquer, mas para mim, verão que se avizinha verão decente, tem de se iniciar com a feirinha!

 

 

 

sinto-me: ainda com calor
publicado por amulherdetrintaanos às 23:58
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