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... o lado A do albúm “Revolver”, a grande transicção da banda para uma fase de maior maturidade musical e poética, algo experimental. Atenção especial à faixa “Love you to” do George Harrison e ao clássico negro “Eleanor Rigby” e depois ouve-se o resto que só se fica a ganhar. Atenção ao "For no one"...
Em conversa esparvoada com uma amiga mais trintona do que eu acabámos a categorizar o género feminino trintonesco com base nas suas expectativas amoroso-relacionais. Conteúdos herméticos e ponto final.
Isto porque a conversa era entre nós e não alargada a outras opiniões.
A nossa conversa é uma verdade absoluta e, nessa forma espácio-temporal muito bem localizada num café com lugar para fumadores, subjectiva e dogmática... cá vai...
Existem trintonas românticas...
Portadoras de uma interioridade simplória intrínseca, rural, regional ou urbana, tanto faz. Vivem num mundo à parte. Desconhecem completamente a natureza humana. Acreditam que hão-de encontrar um homem que assolapadamente por elas se apaixone; de tudo abdique e que viva só para elas. Há-de ser pirosamente romântico e tomá-las com a importância do ar que respira. Terão vários filhos e serão felizes para sempre. Pelo meio lêem na casa de banho e escondidas os livros da colecção Bianca e choram sentadas na sanita perante tamanhas desventuras e desencontros amorosos, sentindo-se bem consigo próprias porque têm ou hão-de viver uma história semelhante. Falam à bébé com o seu namorado/marido/amante e congratulam-se se ele lhes paga nem que seja um café na tasca da esquina. Neste sentido são hiperpositivas porque equivalem esse acto a uma viagem surpresa a Paris.
Resultado: geralmente colam a imagem desse arquétipo ao primeiro grunho que lhes aparece e ninguém as demove daquilo. Deixam de falar com as amigas porque nalgum tempo da história amorosa elas opinaram depreciativamente sobre a criatura e dedicam-se apenas ao lar e ao seu homem, vivendo para ele 99% do tempo. São as mais prováveis vítimas de violência doméstica.
Depois existem aquelas trintonas mais pragmáticas...
Um homem é um homem, uma mulher é uma mulher. Se se é heterossexual é-se. Se se gosta de mulheres, gosta-se e se os dois géneros são atractivos são, porque são. É tudo muito claro. As pragmáticas já se definiram como mulheres e se têm dúvidas não as verbalizam. Têm uma ideia muito consolidada de si próprias e já definiram, com antecedência, o que pretendem numa relação. Não são dadas a actos românticos e odeiam musicais. Não percebem a transformação interior que o capitão Von Trapp sofreu por causa da Maria e vomitam perante a harmonia familiar musical do Edelweiss cantado em conjunto.
Resultado: São mandonas e muito independentes e geralmente só um romântic@ completamente apaixonado e passiv@ as atura. Não fazem concessões nenhumas e as coisas são sempre aquilo que são e elas é que sabem. A última palavra é sempre sua. São as mais prováveis perpretoras de violência doméstica sobre o parceiro.
Ainda existem as trintonas resignadas...
São parecidas com as românticas, mas muitooo mais tímidas. E inseguras também. Tão inseguras que só aos 25 perderam a virgindade, se é que a perderam. Têm vergonha do seu corpo, questionam o seu q.i. e invejam todas as suas amigas. Auto-confiança é palavra que desconhecem. Encontram defeitos nos sítios mais recônditos do seu corpo, da sua casa, da sua infãncia. Gostam de falar dos seus traumas e acreditam na regressão. Têm um poster do Tom Cruise no filme Coktail e compram todos os cds do Bryan Adams. Choram a ver o programa da Oprah e choram porque são infelizes e não têm um homem que as ame como elas são. Nenhum as atura por muito tempo perante tamanhas banhadas de depressão, aí viram-se para os chat neteiros e para jogos virtuais tipo Second Life.
Resultado: Potenciais solteironas na acepção mais clássica do termo. Regorzijar-se-ão com a vida das primas, amigas, irmãs porque têm medo de viver a sua. São as mais prováveis candidatas ao programa “senhor-doutor-socorro-que-sou-pobrezinha-e-insegura-pertenço-ao-sistema-nacional-de-saúde-que-nem-dentista-tem-e-não-tenho-dinheiro-para-gastar-sem-razão-aparente-e-preciso-de-ajuda”.
E depois existem também... achámos nós, as trintonas desprendidas...
Aqui há notoriamente dois subgrupos: as super alegres, giras e frescas, fashion e socialmente muito, mas mesmo muito activas. Ou então, tão sérias quanto intelectualmente estimulantes, que são senhoras do seu nariz e criaram a sua própria onda fashion, muito politizadas e com ideologias muito firmadas. Para ambos os grupos um@ parceiro@ e uma relação não é algo a que se aspire, acontece naturalmente. O mundo é o seu limite, seja no hi5, seja numa conferência sobre markismo dialéctico, se a sua retina se expande perante alguém, fazem-se à vida. O seu lema é, mais ou menos, este “uma relação liberal é que é bué normal ”. Não falam à bébé com a sua cara metade e nunca lhes passaria pela cabeça perguntar quinhetas vezes ao desgraçado "Amas-me? Mas amas-me mesmo? Quanto? Quanto? Diz lá... Daqui à lua ou ao até ao infinito? À lua? Só?! Buahhhh... Não gostas de mim!!!". Não, desprendida que é desprendida não se apoquenta com isso. Pergunta logo e pronto.
Resultado: são as mais óbvias presas de uma assolapada paixão, mas conseguem permanecer muito equilibradas no meio dela. Resistem até à exaustão e odeiam os homens a que as românticas aspiram. Têm o muito demarcada a fronteira entre a sua relação e a existência de si próprias dentro e fora dela. Foram eleitas nesta subjectiva categoriazação como as mais saudáveis e porquê. porque não se anulam, diluindo-se.
Esta listagem é ficcionada e qualquer semelhança com a vossa realidade é pura coincidência. Por isso, e só por isso, não me venham depois chatear se se revirem nalguma categoria...
Ok. Chegou a chuva e o mau tempo. Que bom! O frio, a chuva, as castanhas. Muito agradável, mas para ficar em casa a comer chocolate.
Era tudo muito bonito se os construtores civis não fossem aldrabões na sua maioria, salvo raras excepções que eu não conheço. Também não conheço ninguém que conheça, mas deve haver.
Prédios bons, esses que se fazem em Portugal. Bons materiais. Boas tintas. Bom cimento, boa areia que substitui o cimento. Bons isolamentos. Enfim, é só proporcionar qualidade de vida.
Agora acrescenta-se a isto um prédio com 15 anos. Pessoas novas e giras e sem dinheiro, como eu e minha metade. E pronto. Adquiro uma dívida ao banco, pois quando acabar de pagar os juros já serei velhinha e aí começarei a pagar a dívida da casa efectivamente. Mas adquiro.
Comprámos um último andar para não levar com infiltrações alheias (que espertos!). Num prédio sem elevador que as casa são mais baratas. Pinto a casa com as minhas mãozinhas, ele também. Não faz mal que somos criativos. Ponho um chão novo no quarto e na sala pois era uma alcatifa rota, descolorada e com manchas muito suspeitas em sítios ainda mais estranhos e agora, 3 anos depois, CHOVE NO MEU QUARTO!!! NO RECESSO DE MEU QUARTO!!! Mesmo ao lado da minha parte da cama e estrategicamente em cima da minha mesa de cabeceira. o livro da Lídia Jorge e o da Françoise Choay, o novo, encomendado na Fnac, estão todos molhados carcomidos e no parapeito da janela da cozinha para apanharem ar e secarem naturalmente, como dizem que se deve fazer com o cabelo. Não usei secador.
Dizem que é uma telha partida. Mas o administrador do prédio é funcionário administrativo e eu não confio. Também dizem que é o isolamento que é velho, mas não sei. Vem um técnico especialista em telhados no sábado. Até lá tenho um alguidar... UM ALGUIDAR no sítio onde outrora jazia imperturbável a minha mesa de cabeceira.
Há lá coisa mais deprimente do que esfregar a mão num alguidar de manhã pensando que o despertador ainda está ali! É muito triste.
Calma. Inspiro levemente o ar e penso em coisas relaxantes (...) e vou enchendo primeiro a barriguinha toda, devagar, devagarinho e a subir o canal todo até aos pulmões. Depois expiro, ainda a pensar em coisas bonitas (...) primeiro pelos pulmões e até lá abaixo, devagarinho, até esvaziar completamente a barriguinha. Completo o exercício relaxante com uma mantra tradicional portuguesa "O que interessa é ter saúde", "o que interessa é ter saúde"; "o que interessa é ter saúde"; "o que interessa é ter saúde"; "o que interessa é ter saúde"...
Vou ver se caiu mais água no alguidar.
E vem cá daqui a pouco, cantar em Lisboa, só para mim.
Pelo menos eu considero assim à falta de conseguir colar aqui um videozito dos Joy D.
Só falta o mocinho vocalista.
Assim também não estavam mal.
Vou tentar ir ao cinema da minha terra, sem ter de me deslocar à "grande cidade".
A ver se a Lusomundo me vai fazer ir a Lisboa agora ou se os cinemas deste lado do rio diversificaram a oferta.
Distribuidoras preconceituosas, devem ter uma ideia muito estranha das pessoas que moram frente, ou ao lado, a Lisboa, tipo, só gostam de filmes do hongkonguiano Chang ou do Segal... Pessoal mais estúpido....
Esta epopeia do aeroporto, pontes e tgv fez-me lembrar uma prosa interessante e que versava assim...
Basta pum basta!
Uma geração, que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi! É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma rêsma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!
Abaixo a geração! (...)
(...) Portugal que com todos estes senhores, conseguiu a classificação do paiz mais atrazado da Europa e de todo o mundo! O paiz mais selvagem de todas as Áfricas! O exílio dos degradados e dos indiferentes! A África reclusa dos europeus! o entulho das desvantagens e dos sobejos! Portugal inteiro ha-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável e então gritará commigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseiado!
José de Almada Negreiros, Manifesto Anti Dantas [1916]
Será agora?
Ah? Será?
BUG, filme. Grande sensação (para o bem e para o mal) na festivaleira Cannes o ano passado.
A mim também me passou. Não sei porque não vi este filme.
Tradução tristemente portuguesa: "Possuídos" (?!) que devia ser o estado em que se encontrava a alma tradutora que se lembrou de aplicar o redutor adjectivo.
William Friedkin deve ter conseguido com este a sua melhor realização.
O argumento é de um senhor(a?) que não ´tou assim de repente a ver quem é, mas deve ser muito interessante concerteza- Tracy Letts.
E a hiper interessante criatura que é a Ashley Jude tem uma interpretação de pasmar. Até me esqueci dela no meio daquele delírio todo. espectacular. Não esquecer também o independente Michael Shannon numa espiral de transfiguração psico-física a 1000 à hora.
Uma evolução de ambientes genial que vai do filme negro e intimista ao delírio absoluto a roçar o escatológico.
Um filme excelente, muito para além da questão que lhe parece estar implícita. Não importa nada se é realidade ou imaginação. Não está condicionado a nada. Não há compromissos conceptuais. Tem a leitura que se lhe quiser dar. Um filme sobre relações humanas (ou a falta delas). Tão somente. Mais nada. Espectacular.
Ando preguiçosa. Ando mesmo muito preguiçosa. Para além dos livros ténico-científicos que me rodeiam o dia inteiro, não ando a ler nada.
Isto é preocupante. Tenho uma série de livros novos para ler e não lhes peguei.
Estranho.
Isto aconteceu depois de me oferecerem o Código DaVinci. Desmotivou-me, pronto. Tenho uma alergia a best sellers. Por isso também nunca peguei no Harry Potter.
Entretanto já me decidi. Agarrei na estante "O vento assobiando nas gruas" da Lídia Jorge.
Isto de passar muito tempo sem ler por puro prazer faz-me ficar stressada.
Não é para perceber.
Ah, pois é! Como dizem @s migrad@s da sua terra de origem, "ah, o Norte é tão lindo!!!". Pois é. Vai daí, fim de semana prolongado que já trabalhei o feriado anterior (o da implantação da Répública) e ruma para cima, pois eu moro mais em baixo, nos arredores de Lisboa.
E não sou migrante, nem os meus pais e nem os meus avós. Sou de cá, pronto. Nunca fui para a terra, já cá estava. Na escola eram os putos todos a ir "para a terra" e eu a perguntar em casa porque raio também não tinha direito a uma. Injustiças. Natal aqui, Páscoa aqui, férias grandes aqui. Nem avós deslocados, nem tios e nem sequer uns primitos.
Até que conheci meu esposo. E não é que toda a sua família tem terra: a mãe tem uma (longinho), o pai tem outra (Portugal insular... uma maravilha), a tia querida ainda tem outra "terra" e então... Bora lá que a "terra" que eu gosto mais é a da tia. E é longe, lá na serra!!! Frio!!! Castanhas a cair das árvores!!! Até uma arvorezinha de azevinho. Coisa mais linda! Nogueiras à berma da estrada, a gente vai a passar e tauu, foi ao lado. Nem se estaciona ali, só nós que somos "emprestados" da "terra". Acontece.
Então estava eu tão descansadinha da vida. Quatro dias a respirar ar puro. Comidinha boa, animais vivos e ao ar livre. Mel, castanhas e caipirinhas (a globalização chega a todo o lado e ainda bem). E pronto, domingo, "bota" mala no carro, traz azevinho, meia dúzia de castanhas, mais o franguito do campo congelado e umas cebolinhas tiradas da trança, beijinho, beijinho, até à próxima e vai de descer a terra a dizer adeus à super tia.
Desce, desce... apanha um IP e metemo-nos na Auto Estrada! Uma AE que liga o Porto a Lisboa, apanhadinha em Coimbra. Pensam aqui os tótós dos plebeus (eu e minha metade) que aquilo paga-se, mas chega-se a casa em hora e meia, duas horitas! O tanas!!! A Brisa que vá concessionar estradas para o Sahara!!! Isto é que é roubar o pessoal.
Passei duas horas na AE entre Santarém e Torres Novas!!!
A 5/10 à hora. Em Aveiras, toma lá mais uma hora! Chegas à portagem de Lisboa e "passa para cá 12 euros e uns cêntimos!". Mas o que é isto?! Andam as finanças atrás de mim, trabalhadora (muito) reciba verde, vai de pagar à segurança social (na esperança... vã... que a minha mãezinha se reforme ainda com alguma coisa e antes dos 80 anos- sim, da maneira que isto vai) e queres andar de carro e gozar da acessibilidade extrema com que tantos governos te presentearam, minha anónima plebeia? Então, volta a pegar no burro e na carroça que chegas mais depressa a Lisboa vinda de Coimbra!
Mas isto é o quê! Um presente para a Brisa! Então, o governo oferece-lhe uma Auto Estrada para esta mirabolante entidade disfrutar e chupar o tutano ao icauto automobilista e vai de iniciar obras de "santa Engrácia" que duram há mais de dois anos. Isso é o quê? Um contrato vitalício com empresas de construção civil, umas atrás de outras? Expliquei-me. É que eu não percebo como é que posso demorar quase cinco horas para chegar a Lisboa vinda de Coimbra, numa AE com troços só de uma faixa e onde a velocidade máxima em metade do trajecto é de 80km/h.
Vou reclamar e por escrito. Certinho.
E depois disto? Depois disto lá se foi o meu estado zen e todo o ar puro da serra. Pois, é que durante esta provação viária fumei muito tabaquinho. Pronto, estúpida. Lá me levaram a gastar um maço mais do que o previsto e a "dar" dinheiro às finanças. Isto, realmente está tudo feito para chular o "mexilhão".